A desocupação da reitoria da UFFS, em Chapecó, será tratada pelo Conselho Universitário, que no dia 18 fará uma reunião e vai indicar uma comissão para intermediar uma negociação com o movimento "Ocupa UFFS". Os estudantes também vão decidir em assembleia se permitem a entrada do reitor Marcelo Recktenvald e sua equipe.

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Uma nova reunião está marcada para as 13h desta quarta-feira (11) no Ministério Público Federal (MPF). Esse foi o resultado de uma reunião de conciliação que durou quatro horas, realizada nesta terça na Justiça Federal.

A juíza substituta da 2ª vara da Justiça Federal de Chapecó, Heloísa Menegotto Pozenato, disse que espera que num ambiente universitário não seja necessário utilizar a força para cumprir um pedido de reintegração de posse. Ela disse ser contrária à medida, mas se não tiver outro meio poderá fazê-la.

O movimento denominado "Ocupa UFFS" está na reitoria há 11 dias. No início da reunião, o interlocutor indicado pelos alunos, Wagner Benckes, disse que o movimento não reconhece a nomeação do reitor, por entender que não tem legitimidade política por ter ficado em terceiro na consulta pública e na eleição do Conselho Universitário.

Reconheceu que o protesto tem um cunho político e disse que, nas redes sociais, Marcelo Retckenvald apoia um governo que vem retirando verbas das instituições de pesquisa. Por isso, o movimento reivindica a renúncia do reitor e somente aceita negociar a desocupação com o Conselho Universitário.

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O professor e representante do Sindicado dos Docentes da UFFS (Sinduffs), Vicente Ribeiro, afirmou que a categoria decidiu em assembleia não reconhecer a nomeação e está em estado de greve. A paralisação efetivamente será decidida em nova assembleia marcada para quinta-feira.

— Também estamos avaliando um pedido de destituição do reitor ao Conselho Universitário — disse Ribeiro.

O representante do Sindicato dos Técnico-Administrativos em Educação da UFFS (Sindtae), Alexandre Fassina, disse que a categoria também não reconhece a nomeação.

Um dos representantes do Conselho Universitário, professor João Braida, afirmou que o Conselho fez uma autoconvocação com a assinatura de 18 dos 54 conselheiros, para o dia 13 de setembro, para retirar uma comissão que vai acompanhar o processo de negociação. Essa autoconvocação corre em paralelo com a convocação do dia 18.

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O Procurador da República Lucas Aguilar Sette disse que a posição do Ministério Público é por evitar uma reintegração violenta.

— Não quero isso manchando minhas mãos — destacou.

Por isso, ele sugeriu um novo encontro nesta quarta-feira. O reitor já havia convocado uma reunião do Conselho Universitário para o dia 18 de setembro. Ele afirmou que desde o início da participação na consulta pública manifestou que aceitaria a nomeação independentemente da posição na consulta.

— Não estou fugindo do diálogo e cumprimos os pré-requisitos para a nomeação — destacou.

Ele afirmou que não foi até a reitoria a pedido da justiça federal, o que foi confirmado pela juíza, que preferiu preservar o ambiente para a audiência de conciliação, e que não conversou com os estudantes no aeroporto de Chapecó, quando voltou da posse em Brasília, para preservar sua família.

Representantes da Advocacia Geral da União também manifestaram a intenção de buscar o diálogo mas reiteram a necessidade do acesso do reitor à estrutura da universidade.

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