Colho manifestações na mídia e de grupos sociais sobre as eleições de outubro. A maioria se mostra desiludida. Alega a má qualidade e formação dos candidatos (ressalva raras exceções), o processo político-partidário brasileiro sem as necessárias reformas, os procedimentos de fraudes e ousada corrupção em governos e no Legislativo. As CPIs, algumas nem se concluem e as que chegam ao término não são executadas.

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Presume-se, diante do quadro negativo, grande abstenção, votos nulos e em branco. As apatias são manifestadas abertamente, com críticas a muitos candidatos e suas falácias e pretensões eleitorais e reeleitorais, sem expressão pessoal e social, desatentos à crise econômica nacional, à inflação galopando, à desaceleração da economia, ao aumento da energia elétrica, do combustível e da telefonia, prevendo-se um final de ano de cão.

O excesso de partidos sem autenticidade e qualidade, buscando alianças espúrias (salvam-se uns cinco ou seis), a maioria são legendas negocistas, vendendo pseudoapoio e horários nos meios de comunicação. De olho nos votos dos religiosos, principalmente dos evangélicos, políticos fazem qualquer negócio. Recentemente, a presidente Dilma liderou procissão de autoridades que foram ajoelhar-se na inauguração do faraônico “Templo de Salomão”, obra que o pastor Edir Macedo fez construir na capital paulista e que custou R$ 680 milhões.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, estão inscritos 29.979 candidatos que disputarão em 5 de outubro 1.709 vagas, que vão da Presidência da República e governos estaduais aos representantes do Legislativo. As mulheres são 29,7% dos candidatos, apesar de constituírem a maioria da população (51,5%).

A desilusão e o desligamento do eleitor do processo eleitoral são nocivos à solidificação da democracia representativa em nosso país. Quem não estiver integrado no processo eleitoral e quiser anular o voto ou deixá-lo em branco, neste quadro de desilusão, estará favorecendo os candidatos que estão no governo.

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