Em Santa Catarina, a desigualdade salarial supera a média nacional em 10 pontos percentuais. Enquanto no Brasil, em média, as mulheres ganham 19,4% a menos do que os homens, em Santa Catarina esse percentual é ainda maior, chegando a 29,4%. Os dados foram apresentados no 1º Relatório de Transparência Salarial, elaborado pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres.
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A diferença de remuneração entre mulheres e homens varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em Santa Catarina, em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença chega a 38,7%. Além disso, no recorte racial, mulheres negras recebem, em média, 23,1% a menos do que as não negras.
O relatório registrou que, no Estado, 48,1% das empresas possuem planos de cargos e salários; 32,6% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência; 25,4% têm políticas de incentivo à contratação de mulheres; e 18,4% adotam incentivos para contratação de mulheres negras. Poucas empresas ainda adotam políticas como licença maternidade (ou paternidade) estendida (13,4%) e auxílio creche (20,2%).
No total, 2.692 empresas catarinenses foram questionadas sobre o tema. Juntas, elas somam 915,1 mil pessoas empregadas. A exigência do envio de dados atende à Lei nº 14.611, que dispõe sobre a Igualdade Salarial e Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens, sancionada pelo presidente Lula em julho de 2023. Todos os dados estão disponíveis para consulta no site Portal Emprega Brasil – Empregador.
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Mulheres ganham menos do que homens em 82% das áreas
No Brasil, as mulheres ganham menos do que os homens em 82% das áreas de atuação em 2022, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na quinta-feira (20). Entre 357 áreas de atuação analisadas, as mulheres ganhavam salários médios iguais ou maiores do que os dos homens em apenas 63, o equivalente a 18%.
A área de atuação com a maior diferença salarial foi a de fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas, com homens ganhando R$ 7.509,33, enquanto mulheres ganharam R$ 1.834,09, um valor 309,4% menor.
Já a área em que as mulheres ganharam mais, com a maior diferença, foi em organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais. Nessa área, mulheres receberam salários médios 47,7% maiores que o dos homens: elas ganharam R$ 9.018,70 e eles, R$ 4.717,09.
O levantamento foi feito com base no Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) de 2022, que reúne dados de empresas e seus empregados, inclusive salários, excluindo apenas os empresários enquadrados como Microempreendedor Individual – MEI.
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O IBGE reuniu os salários do pessoal ocupado assalariado das empresas de cada área de atuação, separando por gênero, e calculou a média salarial de cada um.
*Sob supervisão de Andréa da Luz
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