Se você só encontra lixo dentro de uma caçamba, talvez esteja precisando assistir aos vídeos do designer industrial Fábio Basso, de Joinville, em seu canal no Youtube, o Da Casa, ou acompanhar o quadro apresentado por ele aos sábados no programa É de Casa, da Rede Globo.
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Neste mesmo local de descarte, Fábio enxerga luminárias, mesas, camas de cachorro, porta recados, sapateira, cabideiro, poltrona ou organizador de brinquedos. Tudo com muito bom gosto, diga-se de passagem.
– Existem coisas preciosas no lixo. É muito maluco isso. As pessoas acham natural se desfazerem de coisas, mas consideram um absurdo quem as cata do lixo – critica Basso, embora reconheça que o seu exemplo tem incentivado pessoas a perder a vergonha de recuperar materiais descartados.
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Esta forma de repensar o consumo e o reaproveitamento tem feito sucesso, principalmente entre empresas que recorrem ao designer para terem a marca envolvida nas criações originais e sustentáveis do joinvilense. A procura de pessoas interessadas em levar a assinatura do designer nos seus ambientes cresce na mesma proporção.
– A maioria dos clientes procura o meu serviço porque sabem que eu vou reduzir os custos – garante.
No Youtube, Fábio dá amostras semanais de como as pessoas podem reformar ou decorar a casa utilizando o que elas já dispõem, além de um pouco de dedicação para colocar a mão na massa. Apesar de fazer parecer fácil, Fábio explica que inovar sendo sustentável pode significar ter de enfrentar certas resistências. Criar um espaço pensando no reaproveitamento nem sempre é bem aceito pelos próprios profissionais da área.
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– O que não faltam são ferramentas para a gente inovar. A criatividade só acaba se não houver mais lixo. Por isso não tem como esgotar a produção.
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O domínio com que ele transforma os objetos tem muito a ver com as profissões que Fábio desempenha desde os 12 anos. O primeiro emprego foi em uma estofaria de carros. Depois passou por serralheria e ferramentaria. Até trabalhos de servente de pedreiro Fábio encarou antes de abrir a própria empreiteira e, hoje, o escritório e uma exótica garagem-atelier.
O espaço com ar vintage, que chegou a receber a colega de trabalho da Globo, Patrícia Poeta, é repleto de objetos encontrados nas garimpagens do designer e presenteados por amigos que reconhecem o apreço dele por objetos carregados de histórias.
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Entre os itens, muitas criações temas de vídeos, inclusive a que chamou a atenção Vik Muniz, reconhecido internacionalmente por utilizar materiais incomuns na execução de suas obras. O artista visual ficou encantado por uma luminária de teto “medusa” feita com bola de boliche de madeira, mangueira e lâmpadas criada por Fábio.
Inspiração nos livros
Trabalham com Fábio Basso outras três pessoas envolvidas nos projetos e na produção dos vídeos online que vão ao ar regularmente. No espaço de criação, no lugar de computadores estão livros e revistas. Fábio até busca inspiração em bancos de referências como Pinterest, mas gosta mesmo é de procurá-las nas páginas impressas. A tecnologia também é dispensada quando ele atende aos clientes: saem os eletrônicos e ficam apenas as canetas coloridas e a imaginação.
Os vídeos no YouTube fazem parte da rotina dele desde o ano passado. O canal conta com pouco mais de 23 mil inscritos e o vídeo mais popular, em que ele ensina a fazer um banco utilizando canos de PVC, tem, atualmente, 74 mil visualizações. A intenção da equipe é crescer a regularidade de conteúdos postados e continuar povoando a cabeça do público com ideias inovadoras e sustentáveis ao alcance de todos.
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