O que parece ser uma rachadura bem no meio da ponte da BR-470, entre Apiúna e Ibirama, no Vale do Itajaí, chamou a atenção de um morador da região, que decidiu filmar a situação e postar nas redes sociais. O Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT) garante que não há motivos para pânico e que o espaçamento está com desgastes, mas não apresenta riscos de colapso.
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Com todo o histórico e a má conservação da travessia, a fissura não passou despercebida por moradores e motoristas, que conseguem até enxergar o Rio Itajaí-Açu através dela. Ao final da chamada junta de dilatação, as muretas de proteção estão mais afastadas umas das outras.
Diante de todo esse cenário, Juarez Folquening, que por conta do trabalho passa muito sobre trecho, no Km 113, decidiu fazer o alerta. Ele conta que reparou nesta semana que o espaçamento entre os blocos da ponte ficou mais visível. Normalmente, segundo o morador de Apiúna, o DNIT faz remendos sobre a junta com asfalto para amenizar o impacto, algo que não ocorreu nos últimos tempos.
— Quando você passa o carro até faz um solavanco para baixo. Eu sei que é normal as placas que formam a ponte serem afastadas, mas não nessa distância. Vão esperar cair para fazer alguma coisa? — indigna-se.
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O engenheiro e supervisor do DNIT na unidade de Rio do Sul, Cristhiano Zulianello dos Santos, explica que no inverno, por conta do frio, o material retrai e o espaçamento da junta de dilatação realmente aumenta. Há um desgaste já conhecido pelo Departamento, mas que não resulta em risco iminente de queda.
— As bordas das juntas estão gastas, precisamos reabilitar toda a ponte, mas de forma alguma tem risco [de desabar] — diz Santos.
Licitação para reforma encalhou
Com outros problemas, a ponte precisa de uma reforma há anos.
Em 2019, um desnível na cabeceira da ponte assustou moradores e condutores. Uma obra paliativa foi feita e o DNIT classificou a estrutura como risco nível 2, em uma escala que vai até 5. Isso significa que ela possui corrosão de armaduras e desgastes nas vigas de sustentação. Por causa do tempo e da força da água do rio, o cimento está se desprendendo.
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— Há a preocupação por causa da corrosão do ferro exposto, esse foi um dos principais motivos [para o pedido de reforma]. A situação é importante, mas não está crítica — resume o supervisor.
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O edital de licitação para a obra foi lançado, mas não houve empresa que aceitasse receber a quantia proposta pelo DNIT, lembra Santos. O documento foi enviado a Brasília para que o governo federal reavalie o orçamento e a licitação seja lançada novamente ainda neste ano.
Por enquanto, não há previsão para isso ocorrer.
O projeto inclui alargamento da ponte e consertos em toda a estrutura. Com pouco mais de 200 metros de extensão, por ela passa a produção do Oeste e Meio-Oeste do Estado em direção aos portos. Importante ligação não só para os empresários e moradores do Vale do Itajaí, a travessia precisa de atenção. E logo.
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