A alta-costura tomou posse de Paris cumprindo uma de suas missões: a de fazer sonhar, como a Casa Dior, que criou um verdadeiro jardim de mulheres-flores no primeiro dia dos desfiles, e com Armani e Givenchy prodigalizando, nesta terça, luxo, elegância e voluptuosidade.

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– A Alta-Costura evoca a perfeição – disse Stephane Rolland, que apresentou nesta terça-feira, no Teatro de Chaillot, um deslumbrante desfile com toques espaciais e marinhos, concluindo com um vestido de noiva de corte moderno e cauda quilométrica.

Conjuntos assimétricos em seda e musselina, sobre leggings bordados com pedrarias, acompanhados de capas e túnicas flutuantes – a silhueta proposta por Stephane Rolland foi luxuosa e sofisticada, mas também leve, quase fácil de usar.

– Um vestido de Alta-Costura é único, desperta emoções – afirmou à AFP o estilista Franck Sorbier, membro “oficial” do grupo fechado que apresentará sua coleção nesta quarta-feira na Casa Sotheby’s.

– Cada proposta de alta-costura desprende poesia e magia – acrescentou.

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A casa italiana Giorgio Armani apresentou nesta terça 43 modelos para o próximo outono e inverno europeus de sua linha Armani Privé, onde primou a discreção e a elegância urbana, declinada em tons de âmbar, cinzento, tabaco, branco.

Casacos de cashmere estavam lado a lado com vestidos de coquetel em tecidos suaves e de baile, em cetim e seda, que transformavam a mulher Armani em sereia.

Lefranc Ferrant, por sua vez, apresentou no Palácio de Tokio coleção inspirada nas obras de arte e na arquitetura.

Givenchy, um dos membros oficiais da Câmara Sindical de Alta-Costura, disse adeus às passarelas, optando por apresentar sua coleção num salão privado da praça Vendôme.

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Propôs dez vestidos nas cores branca, rosa e ouro. Um dos modelos dourados precisou 1.200 horas de trabalho manual.

Os desfiles de alta-costura, que começaram segunda-feira, prosseguem na quarta-feira, com as coleções para o outono-inverno 2010 de Jean Paul Gauthier, Sorbier e Valentino, entre outros.

Na quinta-feira, será a vez das apresentações da denominada “alta joalheria” – com peças assinadas por joalheiros famosos -, um setor extremamente golpeado pela crise que espera recuperar-se graças a fortunas de países emergentes, como a China.

Paris torna-se vitrine de estilistas

O exclusivo e cada vez mais reduzido grupo de estilistas da alta-costura, que assinam criações que podem custar centenas de milhares de euros e exigir mil horas de trabalho manual, apresentam suas coleções para o próximo outono-inverno no Hemisfério Norte. Como acontece há quatro anos, o brasileiro Gustavo Lins é o único latino-americano a se apresentar ao lado desta elite da moda.

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A casa Christian Dior desfila no Museu Rodin; Chanel escolheu como cenário o Grand Palais; Franck Sorbier se apresenta na casa de leilões Sotheby’s. Durante três dias, este grupo de seletos criadores, que chegaram a ser mais de cem no pós-guerra, apresentam suas coleções de luxo às clientes mais ricas e à imprensa.

Os desfiles começaram na manhã desta segunda-feira com o francês Christian Josse, que apresentou 21 suntuosos vestidos, de cintura e busto acentuados e ombros destacados, em sedas, veludo, organza e musselina, em tons damasco, púrpura, cinza esfumaçado e preto. Apesar dos bordados com muitas pedrarias, brocados e penas de avestruz, os vestidos pareciam, no entanto, deslizar pelo corpo.

– É uma coleção muito mais densa, rica e construída que as minhas coleções anteriores, mas sempre com a ideia da leveza – explicou Josse depois do desfile, realizado no Palácio de Tóquio, perto de Trocadero.

Entre os membros “oficiais” da alta-costura, estão as grandes casas francesas Dior, Chanel, Givenchy e Jean Paul Gaultier.

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