Nunca vi a palavra desfile com bons olhos. No ensino fundamental, quando morava em Lages, na Serra Catarinense, sempre fui um dos alunos que preferia fazer um trabalho manual em papel almaço, do que participar do desfile do Dia da Independência.
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A partir de 2009 – ano em que me mudei para Blumenau para ingressar na faculdade de Jornalismo – um mês depois fui apresentado a outro tipo de desfile: o da Oktoberfest, na Rua XV de Novembro.
Os anos se passaram e aos poucos entendi o que significava este evento para a festa e o povo blumenauense. Após 10 anos morando em Blumenau, pela primeira vez, tive a oportunidade de participar do desfile da maior festa alemã das Américas.
O convite, não poderia ser mais que especial: desfilar na abertura da 36ª edição da Oktoberfest. E em um dos brinquedos da Planetapeia, grupo que foi fundado por Nerino Furlan em 25 de setembro de 1987 e se tornou uma das principais atrações da festa.
Tudo foi muito rápido, desde a busca do traje até o momento para a concentração, no Palácio Planetapeia, na Rua das Missões, no bairro Ponta Aguda. O brinquedo era a Europeia, uma tricicleta de 33 metros de comprimento. Nada mal para uma estreia, pedalar os 1.590 metros da Rua XV de Novembro, um exercício contra o sedentarismo.
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Quanto mais se aproximava da hora do desfile, mais me sentia parte daquilo, que até então só via por trás das grades metálicas perfiladas na Rua XV. Felizmente a minha estreia foi com a companhia de outros dois colegas de redação, que já são “veteranos” em desfiles: os repórteres Augusto Ittner e Talita Catie também receberam a missão de integrar a engrenagem que movimenta o desfile.
Os brinquedos da Planetapeia foram os últimos a entrar na Rua XV. Os primeiros metros pedalando e vendo as pessoas nas calçadas, dando tchauzinhos, distribuindo sorrisos e cantando, serviram para que compreendesse que participar do desfile é a essência da festa.
Sabe aquele sorriso frouxo e sentimento de pertencimento? Foi uma mistura de emoções refletidas na distribuição de acenos, corações e toque nas mãos de quem prestigiava o desfile. Por alguns minutos me senti único em meio à multidão, tive a sensação de fazer parte não somente de um desfile, mas de toda uma cultura que norteia Blumenau e move a Oktoberfest.
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