Não há solução mágica. Nenhuma engenharia tática que Felipão prepare poderá suprir a ausência do melhor jogador brasileiro e cobrador principal das faltas, pênaltis e escanteios da Seleção. Existem alternativas, mesmo que insuficientes para manter o nível da equipe. É quase certo que o sistema utilizado diante da Colômbia, o 4-4-2 com duas linhas de quatro, seja abandonado. Não há um segundo atacante com a desenvoltura de Neymar, com a movimentação que o transforma em elo entre meio e ataque. O retorno ao 4-2-3-1 é provável, há a opção do 4-1-4-1, do 3-5-2.
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Existem também as variações para cada jogador escolhido. O Brasil ganha aqui e perde ali dependendo de quem receber a ingrata missão de substituir o craque.
Zero Hora traz vantagens e desvantagens das alternativas que devem estar na cabeça de Felipão para enfrentar o próximo degrau da Copa, a semifinal contra a Alemanha.
4-2-3-1
Reprodução
Ganha em: esquema que a Seleção mais utilizou na preparação e na Copa. Com ele, a marcação fica bem definida sobre o 4-1-4-1 da Alemanha. Os dois volantes pegam Khedira e Kroos, o meia se encarrega de Schweinsteiger, e os dois homens de flanco vigiam a subida dos laterais.
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Perde em: sem o poder de decisão de Neymar, o time corre o risco de não ter, entre os três meias que alimentam Fred, opções para desestabilizar a marcação e fazer jogadas mais verticais.
Bernard
Ganha em: é o jogador com características mais próximas às de Neymar, ainda que esteja em nível claramente inferior. Gosta do drible, movimenta-se em velocidade e pode comandar o contra-ataque.
Perde em: falta experiência em grandes jogos. Na Ucrânia, atua em um futebol periférico, longe das maiores competições. Entrou no segundo tempo contra a Croácia e esteve bem abaixo das performances da Copa das Confederações.
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Willian
Ganha em: vem de ótima temporada no Chelsea e foi titular na maior parte da campanha da Liga dos Campeões, competição em que enfrentou grandes equipes em jogos decisivos.
Perde em: é mais meia do que atacante. Com ele, faltaria um jogador de movimentação mais agressiva entre os três meias, o que poderia resultar em um time que controla a posse de bola, mas não transforma o domínio em chances de gol.
4-1-4-1
Reprodução
Ganha em: esquema amplamente utilizado por Felipão na Copa das Confederações, especialmente no segundo tempo. A marcação na saída de bola pode melhorar com dois volantes de origem adiantados, atuando na segunda linha de quatro jogadores.
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Perde em: tendência é de formar um meio-campo que marca muito e cria pouco. Nesta formação, Luiz Gustavo e Fernandinho teriam companhia de Paulinho ou Ramires, ou seja, a região central do campo seria ocupada por três volantes.
Paulinho
Ganha em: vive bom momento com a atuação convincente no retorno ao time. Terá liberdade para fazer o que mais gosta, chegar na área.
Perde em: tem muito ímpeto, mas é pouco técnico. Faltariam peças para alimentar Fred.
Ramires
Ganha em: experiente em grandes jogos no Chelsea. Tem velocidade na condução da bola, uma arma importante no contra-ataque.
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Perde: em seus piores momentos, costuma entrar com afobação exagerada nas jogadas, o que resulta em entradas violentas e cartões desnecessários.
3-5-2
Henrique
Ganha em: a equipe torna-se mais marcadora e ganha a opção de saída de bola com laterais mais ofensivos. Neste cenário, é provável o retorno de Daniel Alves ao lado direito.
Perde em: Oscar ficaria sobrecarregado na armação, ainda que Felipão optasse por avançar Fernandinho para auxiliá-lo. Há o risco de perder o controle do meio-campo, especialmente diante de uma Alemanha que povoa o setor com a movimentação de Özil e Götze em direção ao centro.
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4-4-2
Jô
Ganha em: a Seleção fica com uma dupla de centroavantes com média de altura de 1m87cm. Jô tem 1m89cm. Ele e Fred podem prender os zagueiros dentro da área, distanciar a defesa do meio-campo, e abrir espaços para quem vem de trás.
Perde: o ataque fica sem mobilidade. Jô sairia um pouco mais da aérea do que Fred, mas não é um jogador rápido e nem habilidoso. Eles dependeriam do meio-campo, pois sozinhos dificilmente criariam uma chance clara de gol.
Relembre o caso
Neymar sofreu uma fratura na terceira vértebra lombar da coluna e está fora da Copa do Mundo. Durante o jogo contra a Colômbia, pelas quartas de final da Copa, o atacante se preparava para dominar a bola ainda no campo de defesa quando o colombiano Zúñiga, por trás, levantou a perna direita para acertar o brasileiro com o joelho. Imediatamente, Neymar caiu no gramado e de lá só saiu dois minutos depois, de maca.
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Os médicos preveem um período de recuperação da lesão de quatro a seis semanas. Zúñiga afirmou, depois do jogo, que não teve a intenção de lesionar o adversário. A Fifa investigará o lance e pode punir o colombiano.
Neymar retornou ao Rio de Janeiro com a delegação e foi confortado pelos companheiros na chegada a Teresópolis. Willian, Bernard ou a colocação de mais um volante são as principais alternativas de Luiz Felipe Scolari para a semifinal contra a Alemanha.
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*Colaborou Leonel Chaves
**ZHESPORTES