O desemprego na América Latina e no Caribe subiu a 8,1% em 2016, seu nível mais alto desde a última crise financeira internacional, que caminha de mãos dadas com o desempenho econômico negativo na região, principalmente no Brasil, informou nesta quarta-feira a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
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“A taxa de desocupação regional voltou a aumentar, desta vez de forma abrupta, ao passar de 6,6% em 2015 a 8,1% (estimativa preliminar) em 2016. Ou seja, aumentou 1,5 ponto percentual”, disse a OIT em seu “Panorama Laboral 2016” apresentado em Lima.
“Estes são níveis que não foram registrados nem mesmo durante a crise financeira internacional 2008-2009”, acrescentou.
Este número de 2016 significa que existem 25 milhões de desempregados na região, cerca de 5 milhões a mais que no ano anterior, segundo o relatório.
A OIT ressalta ainda uma deterioração na qualidade do trabalho, com uma queda nos salários reais, aumento da informalidade e redução da formalização do emprego.
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Além disso, houve uma queda na proporção de trabalhadores em tempo integral e um aumento no emprego informal, detalha o relatório da OIT.
Esse desempenho está em linha com a contração do PIB regional em 2015, que deverá aumentar com uma queda entre -0,6% e -0,9% esperada para 2016, acrescenta a OIT.
O desemprego aumentou em 13 dos 19 países da região, principalmente no Brasil, de 8,4% para 11,3%; e no Equador, de 4,2% para 5,4%.
“Considerando a elevada proporção representada na população regional economicamente ativa (40%), o aumento acentuado na taxa de desemprego brasileira explica em parte o aumento da taxa média de desemprego na região e o aumento do número de desempregados este ano”, explicou a instituição.
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O Brasil está passando por uma crise econômica e política que mergulhou a maior economia da América Latina em uma severa recessão.
Para 2017, a OTI espera “que a média de desemprego regional volte a aumentar para 8,4%”, segundo o relatório.
“O impacto descendente da desaceleração/contração da demanda de trabalho foi muito alto e fez a taxa de emprego regional cair quase um ponto percentual”, disse a OIT.
* AFP