O desemprego no país chegou a 12% no último trimestre de 2016 e atingiu a maior taxa desde 2012, quando se iniciou a série histórica. Divulgado pelo Instituto Brasil de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta terça-feira, o indicador aparece na pesquisa Pnad Contínua.

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No período, havia 12,3 milhões de pessoas desempregadas no Brasil. O número representa um crescimento de 36% em relação ao mesmo trimestre de 2015 e de 2,7% em comparação com o trimestre anterior. Em 2016, a taxa média de desocupação no país ficou em 11,5%.

(Foto: Leandro Maciel / RBS)

Já a população ocupada somou 90,3 milhões de pessoas. O número representa um aumento de 0,5% em comparação com o quarto trimestre de 2015, e, em relação com o mesmo período de 2015, representa uma queda de 2,1%.

Do total, 34 milhões de pessoas empregadas no setor privado tinham carteira de trabalho assinada. O número recuou quase 4% na comparação com o mesmo trimestre em 2015.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.043,00 no trimestre até dezembro de 2016. O resultado representa alta de 0,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

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A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 180 bilhões no trimestre até dezembro, o que representa estabilidade ante igual período do ano anterior.

Desde janeiro de 2014, o IBGE passou a divulgar a taxa de desocupação em bases trimestrais para todo o território nacional. A pesquisa substitui a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que abrangia apenas as seis principais regiões metropolitanas, e também a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) anual, que produzia informações referentes somente ao mês de setembro de cada ano.

Nível recorde

O resultado na pesquisa divulgada pela IBGE aponta que há mais 3,269 milhões de desempregados em relação a um ano antes. Ao mesmo tempo, o total de ocupados caiu 2,1% no período de um ano, o equivalente ao fechamento de 1,983 milhão de postos de trabalho.

Como consequência, a taxa de desemprego passou de 11,9% no trimestre até novembro para 12% no trimestre até dezembro, também a mais alta já registrada na série histórica da pesquisa. A taxa média de desemprego no ano de 2016 foi de 11,5%, ante uma média de 8,5% em 2015.

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A taxa de desemprego só não foi mais elevada porque 907 mil brasileiros migraram para a inatividade no período de um ano. O aumento na população que está fora da força de trabalho foi de 1,4% no trimestre encerrado em dezembro ante o mesmo período de 2015.

O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, atentou para o salto no total de desempregados desde o início da crise econômica, em 2014.

— O avanço no número de pessoas em busca de uma vaga foi de 74,4% entre 2014 e 2016 — disse Azeredo.

Carteira assinada

O mercado de trabalho no País perdeu 1,398 milhão de vagas com carteira assinada no período de um ano. O total de postos de trabalho formais no setor privado encolheu 3,9% no trimestre encerrado em dezembro de 2016, ante o mesmo período do ano anterior, segundo os dados da Pnad Contínua.

Já o emprego sem carteira no setor privado teve aumento de 4,8%, com 481 mil empregados a mais. O total de empregadores aumentou também 4,8% ante o trimestre encerrado em dezembro de 2015, com 190 mil pessoas a mais.

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O trabalho por conta própria encolheu 3,4% no período, com 784 mil pessoas a menos nessa condição.

Houve redução ainda de 170 mil indivíduos na condição do trabalhador doméstico, 2,7% de ocupados a menos nessa função. A condição de trabalhador familiar auxiliar também encolheu, -9,8%, com 229 mil ocupados a menos.