A redução do nível de desemprego registrada nos últimos cinco anos e o aumento da taxa de ocupação, com melhora na renda obtida pelos trabalhadores, não eliminou as desigualdades entre os desempregados das seis principais regiões metropolitanas do país (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Recife), aponta estudo divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
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Segundo o estudo, entre dezembro de 2005 e dezembro de 2010, o número de desempregados caiu 31,4% nas seis regiões. No mesmo período, para os 10% com menor rendimento a elevação na taxa de desemprego foi de 44,2% (de 23,1% para 33,3%). Para os 10% com maior poder aquisitivo, a taxa de desemprego caiu 57,1% nos mesmos cinco anos (de 2,1% para 0,9%).
Por outro lado, quando desempregados, os trabalhadores com menor poder aquisitivo passaram a encontrar um novo serviço mais rapidamente que os mais bem remunerados. Em dezembro de 2010, o tempo médio de procura por trabalho para o desempregado entre os que ganham menos foi de 248,3 dias, enquanto em dezembro de 2005 era de 341,4 dias. Já entre os que ganham mais, o tempo de procura subiu de 277 para 320,6 dias, em média.
A conclusão dos técnicos do Ipea é de que, apesar dos avanços socioeconômicos registrados nos últimos cinco anos, os mais pobres continuam sendo os mais afetados pela falta de trabalho. Segundo os responsáveis pelo estudo, a pobreza está cada vez mais relacionada ao desemprego e não à má remuneração.
– Uma vez que as pessoas que têm atividade remunerada (seja emprego assalariado ou trabalho por conta própria) melhoram seus rendimentos, a pobreza passa cada vez mais a estar relacionada com o desemprego, e não com o trabalho mal
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remunerado – aponta o estudo.
Para o Ipea, é necessário avançar em políticas públicas capazes de reduzir as desigualdades sociais produzidas pelas diferenças de rendimento.