Leitura de texto em A Notícia (coluna Canal Aberto, 8/5) arremeteu-me a fatos passados de dominação política praticados pelos “coronéis” donos da política interiorana. Refere-se ao “drama” político do deputado Romildo Titon. Trechos: “A falta de posicionamento do deputado Romildo Titon (PMDB) quanto à presidência da Assembleia aumenta o desconforto de seus pares a cada dia. Há quem avalie que o peemedebista esticou demais a corda e já não reuniria a menor condição de voltar ao comando de um Parlamento hoje embretado justamente pela insistência do parlamentar em não flexibilizar sua posição… uma das alternativas especuladas seria uma licença por 60 dias…para aliviar o clima na AL… Neste meio-tempo, também permitiria acompanhar seu recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça. Nesta semana (fins de abril), o peemedebista recorreu a Luiz Henrique da Silveira que levou Titon à presença de Michel Temer, o vice-presidente tem excelente trânsito entre os ministros do STJ. Se há alguém que pode manter vivo o sonho de Titon de retornar à presidência da AL, este alguém atende pelo nome de Michel Temer. Ele conhece como poucos tanto os caminhos políticos quanto os legais para serem percorridos em momentos como este.”

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Igualzinha à prática dos velhos coronéis. Revolta a tentativa de volta ao passado, específica e arrogantemente envolvendo o Judiciário, como se um dos tribunais de cúpula fosse manipulado pelo vice-presidente, conhecedor dos “caminhos políticos e legais a serem percorridos” para proteger réus. Fazer justiça é obra coletiva que não pode ser interferida por lobbies ou influências políticas, práticas repudiadas pela magistratura e pelos que preservam a credibilidade pela independência do Judiciário.

O conteúdo final do texto reproduzido é ofensivo e afrontoso ao STJ, como se alguns dos ministros fossem suscetíveis a pressões dos mandachuvas de Brasília. Recordo que dois ministros do tribunal foram afastados há algum tempo por comprovada facciosidade comportamental, “bandidos de toga”, como denunciou o presidente do STF, Joaquim Barbosa, lembrando o velho “coronelismo”.