Ok, invencível, invencível a Espanha não é. Essa mesma equipe que enfrenta o Brasil neste domingo de Maracanã, praticamente toda estava lá em Durban na derrota por 1 a 0 para a Suíça na Copa do Mundo de 2010. Começaram o prélio ou entraram no seu decorrer Casillas, Sergio Ramos, Piqué, Busquets, David Silva, Xavi, Iniesta, David Villa, Pedro, Navas e Fernando Torres. O técnico também era Vicente Del Bosque.
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Para desautorizar ainda mais o título acima, Del Bosque e seus comandados já tinham perdido na semifinal da Copa das Confederações de 2009. Nos 2 a 0 para os Estados Unidos, em Bloemfontein, fardaram nove jogadores que vieram ao Brasil: Casillas, Sergio Ramos, Piqué, Xavi, Fabregas, Cazorla, Mata, Fernando Torres e David Villa.
Mas essas duas derrotas, ambas zebras em um hábitat natural (a África do Sul) – a segunda, cronologicamente, mais acidental do que a primeira (contra a Suíça, a Espanha teve 63% da posse de bola e 24 finalizações, três vezes mais do que o adversário) – , foram as únicas sofridas em jogos oficiais pela Espanha desde que Del Bosque assumiu como técnico.
Ou seja, desde julho de 2008, há praticamente cinco anos, ao longo de 45 partidas, só duas vezes a Fúria foi aplacada. E não é que os espanhóis simplesmente não percam – eles ganham. São 38 vitórias e apenas cinco empates. Contando amistosos (nove vitórias, três derrotas), o aproveitamento cai um pouco. De 88,14% para “só” 85,38%.
Números impressionantes, sem dúvida. Mas estatísticas não enchem prateleiras. Será que não? Vamos à outra: a Espanha conquistou três dos últimos quatro troféus que disputou – a Eurocopa de 2008 (ainda com Luis Aragonés de treinador), a Copa do Mundo de 2010 e a Euro de 2012. Só falhou na Copa das Confederações de 2009. Ficou em terceiro lugar e adiou em quatro anos o duelo com o Brasil.
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O marco zero da hegemonia espanhola foi o início das eliminatórias para a Euro 2008, em setembro de 2006. Após golear Liechtenstein por 4 a 0, o time de Aragonés perdeu duas partidas seguidas: 3 a 2 para a Irlanda do Norte e 2 a 0 para a Suécia. E depois não perdeu mais. Até aparecerem os americanos na África. E depois os suíços.
Você já fez as contas? De setembro de 2006 para cá, quase sete anos, a Espanha chorou apenas quatro vezes; quatro derrotas em 63 jogos oficiais. Já são 29 partidas de invencibilidade. Nesse período, a Alemanha também perdeu muito pouco, mas o que ela ganhou mesmo? Já o Brasil teve igualmente quatro derrotas, mas, ausente das Eliminatórias da Copa de 2014, fez 21 jogos a menos.
No gráfico abaixo, partindo do pós-Mundial de 2006 como data-base, ZH compara o desempenho da Fúria ao das outras seleções campeãs mundiais, com o acréscimo da eterna vice Holanda. É a comprovação matemática da supremacia espanhola.