O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, desculpou-se pelas declarações de que só sairia da pasta “abatido à bala”. Em audiência na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara de Deputados, afirmou que não quis desafiar a presidente Dilma Rousseff.

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– Como vou desafiar a presidente Dilma? Eu a conheço há mais de 30 anos. Posso ser tudo, menos uma pessoa deseducada e deselegante. Peço desculpas à opinião pública, que fica com a imagem de que sou louco, um tresloucado. Desde que entrei no ministério tentam me derrubar. Há até bolsas de aposta. Hoje a mídia pergunta quem será o próximo – afirmou.

Lupi aproveitou para mandar suas desculpas a Dilma publicamente:

– Presidente, desculpa se fui agressivo. Não foi minha intenção. Eu te amo – disse Lupi.

Na terça-feira, em conversa com jornalistas sobre denúncias de irregularidades na pasta, Lupi afirmou que para tirá-lo do cargo “só abatido à bala e tem que ser bala forte, porque eu sou pesadão”. Quando questionado sobre a confiança da presidente Dilma Rousseff nele, o ministro declarou que “duvida” que a presidente o tire do cargo.

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No dia seguinte, o PDT divulgou uma nota, esclarecendo que as declarações do ministro não foram de ameaça a Dilma ou a quem quer que seja, mas sim um desafio aos acusadores. Informa ainda que Lupi, que é presidente nacional licenciado do PDT, “sabe que cabe à presidente da República, única e exclusivamente, nomear e exonerar, a qualquer período, seus ministros colaboradores”.

Dilma incumbiu, na quarta-feira, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, de transmitir a sua insatisfação com o tom ameaçador do ministro. Gleisi disse, pessoalmente, a Lupi que “houve excesso” na fala dele no dia anterior e que “ele e todos os ministros deste governo sabem que quem nomeia e quem demite é a presidenta da República”.

Lupi diz que tem total confiança em ex-assessor acusado de cobrar propina

O ministro do Trabalho defendeu o ex-chefe de gabinete e amigo pessoal, Marcelo Panella, que se afastou do ministério em agosto, antes de ser acusado de cobrar de 5% a 15% do valor do contrato com ONGs para restabelecer repasses suspensos por irregularidades. Panella é tesoureiro do PDT.

– Tenho absoluta e total confiança em Marcelo Panella. Coloco a minha função e vida à disposição de quem quer investigar o Marcelo – disse Lupi, em resposta a deputados da oposição que questionaram a integridade do ex-assessor.

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