Apesar da ideia de que jovens e crianças são os mais afetados pelo vício por jogos eletrônicos, qualquer pessoa pode se tornar vítima. “Encontramos como usuários destes jogos, indivíduos de todas as idades: adultos, adolescentes e crianças. Embora os mais suscetíveis sejam os adolescentes e adultos, todos ficam expostos às características de dependência que estes jogos oferecem”, explica a psicóloga Mirella Benevenuto.
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Segundo ela, algumas dessas características são: gratificação imediata, ritmo acelerado e imprevisibilidade. Esse tipo de jogo pode funcionar como um mundo paralelo cheio de aventuras e sonhos, mas pode terminar como um pesadelo.
Perfil do jogador eletrônico
A pessoa viciada em jogos eletrônicos traz uma obstinação pelo jogo, não aceita perder e afirma jogar para se divertir. Tem muita dificuldade em controlar o impulso pelo jogo e gasta muito tempo com isso.
“Essencialmente, substituição de múltiplas possibilidades de uso do tempo e de desfrute de prazer, pelo uso exagerado reconhecidamente de horas usadas para jogar, preparar jogos e conseguir mais jogos”, afirma Hewdy Lobo Ribeiro, médico psiquiatra forense.
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Cuidado com as crianças

É inegável que a internet e a falta de espaço para praticar atividades ao ar livre acabaram levando as crianças para frente do computador, por isso merecem mais atenção.
“Pesquisas revelam que, quase todas as crianças e jovens de 8 a 18 anos, adotam os jogos eletrônicos como parte fundamental e, às vezes, exclusiva para suas vidas. Ocasionando, entre efeitos negativos, a obesidade, a timidez e a agressividade”, afirma o psicólogo Bartira Mendes.
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Atenção aos sinais
Os pais devem ficar atentos quando as crianças deixam de fazer outras atividades para jogar. “Quando, de forma claramente incontrolável, substituem tempo de alimentação, ida ao banheiro, estudo, sono, relacionamentos interpessoais pelo uso de jogos, busca de novos jogos e cuja vida, ao invés de vivência politemática, passa a ficar monotemática em jogos,” analisa Hewdy Lobo Ribeiro.
Consequências
A psicóloga Mirella Benevenuto ressalta que até os 21 anos, o cérebro não está completamente formado e que a capacidade de decisões, julgamentos e autocontrole do jovem não está plenamente desenvolvida. “Provocando o desejo de ficar cada vez mais conectado neste mundo virtual. Isso o faz desenvolver uma compulsão. A mesma compulsão semelhante a que se verifica nos viciados em drogas, álcool e jogos de azar”, alerta.
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Segundo ela, esse “comportamento compulsivo, agora já um vício, contribuirá ao indivíduo o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos e crises de abstinência, comprometendo sua capacidade de interagir socialmente com amigos e familiares, a noção de tempo, o interesse por outras atividades e a escola”.
Independentemente da idade do jogador, é importante ficar atento: nada que rouba seu tempo com a família, te impeça de dormir, estudar ou fazer qualquer outra atividade do dia a dia, é considerado normal!
*Por Matilde Freitas
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