Passados seus primeiros anos, o blues começou a incorporar novos instrumentos, como a guitarra e o piano, sendo influenciado por outros estilos e até soando mais parecido com o jazz: o blues desta fase é mais dançante, e marcado também por muita improvisação.

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Acompanhe o Bilheteiro do Trem do Blues enquanto ele conta a segunda parte desta história.

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Texas Blues

O pessoal que morava nessa região apreciava um ritmo latino – quando passava por aqui o Blues não ficava assim tão longe do México, ain’t that right? Alguns dos que desembarcaram por aqui foram Blind Lemon Jefferson, Blind Willie Johnson, Big Mama Thornton e os irmãos Johnny e Edgar Winter. Teve também o Steve Ray Vaughan, que circulou por um tempo por essa estação e depois se foi, bless his heart – mas os passageiros do Blues nunca mais se esqueceram dele.

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Depois que os viajantes trocaram seus violões por guitarras, os texanos se tornaram guitarristas dos bons, e ensinaram muita coisa para os músicos que anos mais tarde embarcaram no trem do Rock. T-Bone Walker foi um dos primeiros (e um dos melhores) guitarristas que já passou por aqui.

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VOCÊ SABIA QUE…
Stevie Ray Vaughan
Começou a carreira bastante jovem, aos 17 anos, no início dos anos 1970; e rapidamente se tornou uma figura importante do Texas Blues – além de ter feito uma marcante transição para o Blues Rock, estilo do qual se transformou em um dos principais representantes. Foi indicado a nada menos que 12 Grammys, tendo vencido seis. Morreu de forma trágica em 1990, aos 35 anos, em um acidente de helicóptero que também tirou a vida de integrantes da equipe de Eric Clapton.

Memphis Blues

Não sei se vocês conhecem o Vaudeville – é aquele estilo meio esquisito de onde saíram a literatura burlesca e os “circos de horror”, que nessa época eram moda. Os passageiros que desembarcavam na Memphis Blues gostavam desse estilo: faziam uma música animada e festeira, que até se parece um pouco com o jazz. E eu gosto de quem gosta de festa, I done told you!

Eles também gostavam de improvisar: várias vezes eu vi os rapazes da Memphis Jug Band tocando com garrafas e tábuas de lavar roupa em vez de instrumentos musicais de verdade. Tábuas de lavar roupa, imagine, senhorita! Memphis Minnie também desembarcou por aqui, e foi uma das primeiras passageiras do Blues a fazer um solo de guitarra.

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VOCÊ SABIA QUE…
Memphis Minnie
Memphis Minnie era o nome artístico de Lizzie Douglas, guitarrista, vocalista e compositora de blues cuja carreira durou de meados dos anos 1920 até os anos 1950. Minnie aprendeu a tocar o banjo aos dez anos de idade, e a guitarra aos onze, época em que começou a se apresentar em festas – aos treze, ela fugiu da casa da família, em Walls, Mississipi, para tentar a vida como artista em Memphis. Ao longo da carreira, Minnie gravou cerca de 200 canções, sendo as mais conhecidas Bumble Bee, Nothing in Rambling e Me and My Chauffeur Blues.

Boogie-Woogie

Muita gente nem lembra que essa estação fica na linha do Blues! Nas estações do campo, o instrumento favorito do pessoal era o violão; mas, nas estações que ficavam nas cidades, e principalmente aqui, quem mandava era o piano – sempre tocado de um jeito muito, muito acelerado. Esses sujeitos não aprenderam a tocar piano com música clássica europeia, não; e dava pra perceber isso na primeira ouvida – o que não é algo ruim, veja bem, meu senhor!

Os passageiros daqui (Memphis Slim, Albert Ammons, Pete Johnson, Little Richard, Meade Lux Lewis, Roosevelt Sykes) não cantavam muito: preferiam dançar enquanto os instrumentos ditavam o ritmo. Dizem que aquele povo do trem do Rock também deu várias voltas por aqui.

VOCÊ SABIA QUE…
O piano do blues
Instrumento principal nos bares e bordeis da época, o piano se tornou um dos meios de expressão da população negra, que tinha contato massivo com ele pela primeira vez: a sonoridade surgida desse encontro era muito diferente daquela tocada pelos brancos, inspirada na música clássica europeia. Muitas vezes, inclusive, os pianos utilizados pelos negros eram instrumentos antigos, quebrados, descartados pelas famílias de classe média: o timbre metálico e quase desafinado resultante acabou se tornando parte da identidade sonora do blues.

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