Além dos resultados que não estão acontecendo como se esperava, também a relação do técnico Jorge Fossati com os jogadores já não é tão harmoniosa assim. Nada que configure crise aguda, como nos tempos de Tite, mas existe descontentamento. O empate em 2 a 2 com o Pelotas em casa, quarto jogo sem vitória, aumentou a pressão sobre o uruguaio. Se não avançar à segunda fase da Libertadores, será quase impossível mantê-lo.

Continua depois da publicidade

Ontem, o dia foi de reuniões e conversas internas. O zagueiro Fabiano Eller confirmou, ao deixar o estádio, no pátio do Beira-Rio:

– Teve uma reuniãozinha, sim – admitiu Eller, com um leve sorriso.

E foi uma reunião demorada, do técnico com os jogadores. O treino estava marcado para 17h, mas antes das 18h ninguém subiu para o gramado principal. Quando isso aconteceu, vieram apenas os goleiros e alguns titulares, que realizaram um trabalho leve e rápido.

– Ele (Carvalho) passou o dia conversando aí dentro – revelou uma fonte próxima da direção.

Continua depois da publicidade

Há alguns focos de desconforto. Os jogadores ainda não se acostumaram com certos procedimentos da comissão técnica pouco usuais ao futebol brasileiro. Um deles é o alongamento pela manhã em dia de jogo à noite. Por volta de 10h, eles deixam a concentração para realizar o trabalho com o preparador físico Alejandro Valenzuela. Mas isso é o de menos. O desconforto mais notório é com a troca demasiada de time e estratégia. E esta une jogadores e direção.

Fossati já usou o 3-5-2 clássico. Contra o Cerro-URU lançou mão de um 4-2-3-1. Agora, volta ao 4-4-2. E o time seguiu sem jogar bem. As alterações remetem a alterações de posicionamento e função, prejudicando individualidades que terminaram 2009 em alta. Giuliano já foi o único articulador, atuou aberto pela direita em Rivera e desde domingo é meia pela esquerda. D?Alessandro não gostou de ser substituído no segundo em Rivera. E nem domingo, diante do Pelotas. O argentino entende que precisa de ritmo para atingir o ápice de sua forma. Ao ser substituído por Andrezinho aos 30 minutos da etapa final, D?Alessandro foi inquirido pelos repórteres se estava cansado. A resposta:

– Não. Treinador.

Ao lado de Giuliano, Sandro e também Alecsandro, o meia argentino integra o grupo dos que defenderam a volta do 4-4-2. Entre os zagueiros, a preferência era pela manutenção do trio defensivo. A chance de Bolívar, Índio, Fabiano Eller e Sorondo jogarem neste sistema é maior. São três vagas, e não duas.

– Nenhum time vencedor do Inter começou jogando tudo o que terminou. Em 1974, Rubens Minelli lançou a marcação homem a homem e deu errado. E foi campeão – argumentou Carvalho, em defesa de Fossati.

Continua depois da publicidade

Carvalho aprovou a mudança de esquema e garante que ele será mantido:

– Apesar do empate, houve acréscimo em relação ao primeiro tempo de Rivera.

Marquinhos, atacante que terminou 2009 como provável parceiro de Alecsandro, será reabilitado. Ele chegou a treinar de reserva na lateral-esquerda e nem foi inscrito na primeira fase da Libertadores. Dependendo do desempenho, pode ser inscrito nos mata-matas. Walter, após 10 dias no time B como punição ao sumiço dos treinos, fica à disposição para o jogo contra o Caxias, domingo. Aumentou a pressão sobre o técnico uruguaio do Inter.