Descobri mais da terra onde nasci

Tem coisas que não mudam: a fumaça saindo da chaminé; o fogão aceso quase todas as horas do dia e da noite; a comida sempre com toque caseiro, seja uma geleia, um queijo, uma rosca de coalhada quentinha, saindo do forno, para aquele café com fartura, o pinhão cozido ou assado na chapa do fogão. E a conversa, a prosa… Aliás, esse é o principal ingrediente do morador da Serra Catarinense.

Foi assim que cresci. Sou natural de São José do Cerrito, um município de pouco mais de 9 mil moradores. Fica a 40 quilômetros de Lages, cidade polo da região serrana. Agora, moradora de Florianópolis voltei para as origens para (re)viver tudo isso e fazer novas descobertas na terra que nasci. Foi ao gravar o programa “Conexão Inverno” que percebi o quanto essas “pequenas coisas” trazem orgulho para os moradores. O quanto eles amam a vida que levam.

Exemplo disso é o Miguel, de apenas sete anos. Morador do interior de Urupema, é no sítio que ele vive com a família, se diverte tratando os bichos (porco, galinha e até ovelha), e as mãos ainda pequenas já ajudam a tirar leite da vaca. No campo de futebol improvisado, com traves que o pai dele fez, ele brinca com a bola e tem como parceiro o cachorro da família. Mesmo pequeno já sabe o valor disso tudo, e diz que não quer sair sítio para “morar na cidade”.

Conheci ainda a dona Maria das Neves. O nome não é à toa. Quando nasceu, em 1972, Urupema estava coberta de neve e daí o nome em homenagem a terra congelante. Andei por florestas e fui à caça do cogumelo Porcini, difícil trajeto, andei por mais de meia hora dentro da floresta pra encontrar essa estrela da culinária europeia e que se destaca na Serra. Provei novos sabores e confirmei que pinhão combina com tudo, até com sorvete.

Sempre fui uma apaixonada pelas paisagens serranas, montanhas, pinheiros, campos. Mas, descobri a exuberância da natureza e como ela é ainda mais linda quando vista de perto. A trilha da Pedra Furada fez meus olhos brilharem e meu coração vibrar de emoção. Superei o sedentarismo (foram mais de cinco horas de caminhada) e de presente fiquei frente a frente com o monumento natural.

Não tenho espírito aventureiro, mas encarei meus medos em cenários de tirar o fôlego. Andei de bicicleta a mais de 100 metros do chão, fiz minha primeira entrevista com um precipício aos meus pés e fui desafiada a saltar de um pêndulo. Se me joguei nessa aventura? Esse segredo revelo no 4º episódio do “Conexão Inverno”. O 1º vai ao ar neste sábado (24), às 11h45minm na NSC TV.

Vem descobrir a Serra de SC comigo!

*Por Eduarda Demeneck