Conscientes de que a derrota na comissão especial é inevitável, petistas planejam transformar a saída da presidente Dilma Rousseff do Palácio do Planalto em um grande ato político. Se houver a aprovação do impeachment pelos senadores, a descida da rampa será em grande estilo, com a presença em peso dos movimentos sociais, artistas e de parlamentares. A ideia é que Dilma saia nos braços do povo, em uma demonstração de que ela não foi abandonada e de que tem força para lutar. Durante o afastamento por 180 dias, até a votação final em plenário, a presidente poderá permanecer no Palácio da Alvorada, que deve ser transformado em um bunker da resistência. A esperança do grupo do ex-presidente Lula é de que o governo de transição de Michel Temer se revele um fracasso e que Dilma possa voltar ao fim do processo. Mas como essa alternativa também é pouco provável, os petistas já começaram a construir a narrativa do golpe, que servirá de discurso para o dia seguinte.

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GRINGOS

Dilma preparou um duro discurso para apresentar na reunião da ONU, na tentativa de sensibilizar a comunidade internacional para o que chama de golpe e traição do vice Michel Temer. Isso não mudará voto de senador, mas coloca em dúvida o governo de transição.

NAS RUAS

Movimentos sociais planejam um grande ato contra o impeachment no dia 1º de maio, feriado do Dia do Trabalhador. As manifestações vão bater na tecla do risco de perder direitos trabalhistas e na redução de programas sociais se Temer assumir a Presidência.

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FRAUDE NA REDE

O deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) denunciou à Polícia Legislativa que foi vítima de uma fraude na internet. No dia da votação do impeachment, circulou cópia de uma suposta conversa no WhatsApp que seria entre ele e o vice Michel Temer, combinando voto. Jerônimo afirmou à polícia que a troca de mensagens nunca existiu e reclamou que a origem da fraude foi o site PT na Câmara.

MINISTRO

Ex-secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, o economista gaúcho Alessandro Teixeira vai assumir o Ministério do Turismo, na vaga de Henrique Alves (PMDB-RN). Ele trabalhou nos planos de governo de Dilma Rousseff nas campanhas de 2010 e 2014.