Já faz quatro anos, mas os estragos causados pelas chuvas de dezembro de 2008, que ficaram marcados como o maior desastre natural já registrado no Estado, ainda trazem consequências para moradores de Joinville.
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Segundo o coordenador de operações da Defesa Civil Municipal, José Carlos de Borba Jr., 1.344 casas estão hoje interditadas devido a deslizamentos de terra – ainda que muitos moradores permaneçam nelas. Desde 2008, há 262 casas interditadas, entre as quais a do aposentado Jovenil Vieira – ou o que sobrou dela.
Janelas e telhado foram roubados depois que a casa ficou abandonada no alto do Morro do Motoclube, no bairro Jarivatuba.
– Só sobraram ruínas -, diz Jovenil, que desde então mora de aluguel.
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Até junho, ele e a mulher recebiam R$ 486 mensais de auxílio-moradia via Assistência Social. O benefício foi cortado e o casal reclama de contas em atraso.
Atualmente, 13 famílias de Joinville recebem auxílio-moradia por causa de desastres recentes, como o vendaval e a chuva de granizo que causou o decreto de emergência em Pirabeiraba em setembro.
A secretaria explica que o benefício do auxílio-moradia não é permanente. Em abril, um decreto definiu que o benefício é válido por até seis meses, renováveis por mais seis. Isso significou o corte do benefício a famílias prejudicadas pelas cheias de 2008, que hoje esperam na fila da Habitação.
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Nenhuma das 135 mortes ocorridas em SC foi em Joinville, mas o risco trazido por deslizamentos fez com que a Prefeitura listasse áreas de risco e vetasse reconstruções – caso da região do Morro do Motoclube. Ou seja, Jovenil não deve mais volta a ocupar a residência antiga.
A Secretaria de Habitação aposta fichas em conjuntos habitacionais que serão lançados em 2013 com financiamento do Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.
Terão prioridade no recebimento de imóveis famílias que ficaram sem ter onde morar após a enchente de 2008. Segundo o secretário Alsione Gomes, devem ocorrer em março as seleções para as 600 unidades de um residencial no Jardim Iririú, e das 640 unidades em obras no Jardim Paraíso.
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Outro empreendimento que será construído no Paranaguamirim, com 100 apartamentos, deverá contemplar apenas famílias que vivem em áreas de risco.
– Daremos prioridade a vítimas de enchentes e deslizamentos, o próprio programa prevê isso -, garante o secretário.
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