Lara Cristina Lang tem apenas 12 anos, mas aprendeu a ser guerreira desde muito pequena. Aos três, a moradora de São Bento do Sul começou um tratamento à base de quimioterapia para vencer a leucemia. A doença foi controlada por duas vezes, mas voltou a aparecer em outubro do ano passado, quando a menina comemorava o 12º aniversário.

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A família reuniu forças e começou a procura por um doador de medula óssea para ajudar no combate à doença. Após quatro meses de espera, a boa notícia veio na última terça-feira, quando o Hospital das Clínicas, em Curitiba, revelou à família que havia a confirmação de uma pessoa compatível. No entanto, um dia depois da alegria, o doador havia sumido.

– Ficamos sem chão. Na hora em que a doutora nos falou (que o doador sumiu) foi pior do que quando escutamos pela terceira vez que a leucemia tinha voltado – conta a mãe Divone.

A mãe diz que o hospital não soube informar se o doador morreu ou desistiu do transplante. A assessoria de comunicação da unidade disse que o hospital não tem informações sobre o doador porque o nome não é divulgado pelo Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) e nem os motivos pelos quais ele saiu do cadastro.

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Divone conta que a notícia sobre a descoberta do doador foi dada por uma médica do hospital. Ela teria dito que a pessoa havia aceitado doar a medula óssea e teria até refeito os exames necessários. A médica teria afirmado ainda que a mãe poderia compartilhar a notícia com familiares e amigos porque o transplante seria realizado em abril. O anúncio do desaparecimento do doador foi feito na frente da menina, que chorou muito e ficou calada deste então, sem querer falar com ninguém.

– Até cogitei a ideia de ficar só com a quimioterapia e esquecer do transplante, mas a médica disse que ela ainda precisa e que o momento de fazer o transplante era agora – explica.

Na segunda-feira, Lara voltará a ser internada para fazer as quimioterapias em Curitiba e continuará aguardando para que seja encontrado um novo doador compatível. Quanto mais doadores se inscrevem no Redome, maior é a chance da menina achar alguém.

Segundo Divone, a Fundação Cidadania, que faz coletas de doações de sangue em São Bento do Sul, está reunindo pessoas na cidade para levar até Curitiba para o cadastro no Redome. Isso porque o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) não está realizando novos cadastros em todo o Estado.

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Como se tornar um doador

– Você deve ter entre 18 e 55 anos de idade e estar saudável.

– Será retirada por sua veia uma pequena quantidade de sangue (5 ml).

– Seu sangue será tipado para HLA, que é um exame de laboratório para identificar sua característica genética.

– Seu tipo de HLA será colocado no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome)

– Quando aparecer um paciente, sua compatibilidade será verificada. Se for compatível, outros exames de sangue serão necessários.

– Se a compatibilidade com o paciente for confirmada, você será consultado para decidir quanto a doação.

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– Seu atual estado de saúde será avaliado.

– Para se cadastrar é só procurar um Hemocentro ou Banco de Sangue mais próximo a sua residência.

Fonte: Hemosc

Sobre a doação

– É um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação de 24 horas.

– A medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções. O procedimento leva em torno de 90 minutos.

– A medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias.

– Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples.

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– Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana após a doação.

Fonte: Redome