“E me remete ao frio que vem lá do sul”, cantou Djavan em Sim ou Não para comparar o clima gelado daqui com um de seus romances. Para os 760 competidores que participaram do 12º Desafrio, em Urubici, neste sábado, o inverno rigoroso vai lembrar outras coisas: aventura, lindas paisagens, barro e superação.
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Sob uma temperatura de 6º C, os corredores começaram a se preparar quando ainda era noite para a corrida de montanha que os levaria até o topo do Morro da Igreja, em um percurso de ida e volta de 52 Km – houve também as modalidades de dupla em revezamento e de 10 km – que sofreu alterações com relação aos anos anteriores.
Mas nem o frio desanimou as pessoas dispostas a enfrentar as subidas e descidas da serra catarinense.
Mari Baldissera chegou a brincar com a intensidade do frio antes da largada, no centro da cidade: “não está tanto assim, né?”. A fotógrafa veio com um grupo de amigos de Chapecó pela primeira vez:
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– Estou bastante ansiosa. A prova tem um apelo paisagístico muito grande, a preocupação principal é se divertir.
A mulher de 32 anos começou a praticar o esporte há dois anos, sem compromisso, e assim como a grande maioria dos competidores vê na corrida um hobby e nas dificuldades do terreno um motivo para se comemorar.
– Só tem coisa ruim, mas isso é bom para gente. O que a gente não gosta é do asfalto – explica Cristiano Fetter, 28 anos, ao se referir às transições entre estradas pavimentadas e de terra durante o percurso. Dono de uma academia, ele veio de Porto Alegre para a disputa, mas teve gente de mais longe.
Representantes de 10 estados vieram a Santa Catarina, entre eles São Paulo, Pernambuco, Paraná , Rio Grande do Sul e Minas Gerais. E o evento não é democrático só com relação à naturalidade.
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José Alves de Oliveira tem 55 anos e pela primeira vez desembarcou em solo catarinense. Mas chegou com a experiência de duas maratonas, no Chile e em São Paulo:
– Comecei a correr por causa da hipertensão. Ainda sou hipertenso, mas com o esporte consegui controlar. Fez muito bem para a minha saúde. E nem está tão frio, esperava mais – falou o paulista de Santo André.
Lá no topo, frio se intensifica
Mas o “descaso” do pessoal com o clima se inverteu depois da largada. À medida que se aproximavam do topo, os competidores começaram a sofrer com o vento cortante.
A temperatura lá em cima ficou próxima dos 4ºC e a sensação térmica parecia negativa. Para amenizar o desconforto, roupas térmicas, meias, casacos e máscaras improvisadas para proteger o rosto.
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De quebra, uma paisagem que parecia ter sido esculpida para uma obra de arte, motivação extra para completar o objetivo repetido como um mantra até depois do término da prova: superação. Como para o curitibano Adenir Manfroi, 63 anos:
– É uma sensação indescritível. A gente sente que pode superar desafio. Poderia começar a correr de novo agora.
Menores tempos por modalidade:
10 Km – masculino
Jean Pedro Rominhuk – 37min21seg
Gabriel Joseph Milack – 37min46seg
Josimar Santos de Souza – 39min27seg
José Rodrigo Custódia – 39min37seg
João Paulo Wildner Medina – 39min52seg
10 Km – feminino
Eloiza Testolin Rodrigues – 49min05seg
Patricia L. da F. Gonçalves – 49min24seg
Fabiane Donida Cristofoli – 49min31seg
Dulce Helena de Arigoni Cravo – 50min07seg
Daniela Daufenback Pompeo – 52min00seg
52 km – masculino
Ricardo Nilson – 4h02min19seg
Gabriel Picarelli – 4h02min34seg
Tadeu Cendron – 4h07min45seg
Bruno Bopré – 4h11min19seg
Gilson Lima – 4h12min39seg
52 km – feminino
Silvia Durigon – 4h28min34seg
Ana Gorini da Veiga – 4h33min6seg
Raimunda Carlos Lima – 4h56min04seg
Isabel Cristina C. Passoni – 5h29min42seg
Erica Gomes Silva – 5h37min59seg.
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Veja como foi a prova:
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