Saber o que vai acontecer com a economia e os negócios no próximo ano – e se possível também nos anos seguintes – é o sonho de todos nós, empresários e executivos dos diferentes setores da economia. Afinal, de posse dessa informação poderíamos tomar antecipadamente as melhores decisões para nossos negócios.

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Como ainda não conseguimos inventar a “bola de cristal”, o mais comum é traçarmos cenários sobre o comportamento mais provável das principais variáveis do ambiente que poderão afetar nossos negócios. Com relação à economia mundial, que apresentou forte retração econômica em função da crise de 2008, as tendências apontam para uma lenta retomada do crescimento a partir de 2014. Tal retomada já pode ser observada pelo fim do longo período de recessão da Europa, pela melhoria do quadro econômico dos Estados Unidos e pela manutenção do crescimento da China em patamares de 7% ao ano.

Quanto ao Brasil, as tendências sinalizam uma baixa taxa de crescimento do PIB nos próximos anos. Tal cenário pode ser explicado em função do esgotamento do modelo de crescimento passado, baseado nos programas de distribuição de renda, no crédito abundante e nas políticas de isenção tributária.

Em termos setoriais, o desempenho negativo se concentra na indústria, cuja participação no PIB foi reduzida a patamares de 17%, menor valor percentual dos últimos cinquenta anos. A construção civil vem sustentando seu crescimento em função do crédito, mas o cenário é nebuloso após a Copa do Mundo de 2014. Quanto ao setor agrícola, após um ano excelente em 2013, as perspectivas são menos promissoras. Resta o setor de serviços, cujos preços internos encontram-se em patamares muito elevados, o que pode restringir seu crescimento futuro.

O ambiente de negócios no Brasil impõe dificuldades e restrições ao crescimento das empresas. Dentre os diversos fatores dificultadores podem-se destacar a elevada carga tributária, os altos encargos trabalhistas, a burocracia governamental, a infraestrutura precária e a falta de mão de obra qualificada. Tudo isso contribui para a redução de nossa competitividade internacional.

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Entretanto, não se pode utilizar o argumento dos fatores externos, ou do “custo Brasil”, para explicar o mau desempenho de algumas empresas brasileiras. Um estudo publicado pela Harvard Business Review, em 2008, indicou que os fatores externos representam apenas 13% das causas do mau desempenho das empresas.

Esse mesmo estudo apontou que os fatores internos, principalmente os ligados a erros estratégicos e déficit de talentos, são os responsáveis por 87% das causas de fracasso. Isso explica porque dentro de um mesmo setor econômico, cujas empresas enfrentam o mesmo conjunto de fatores externos, é comum se observar empresas de alto desempenho ao lado de outras menos favorecidas.

Que lições podemos tirar desses fatos? Investir nos talentos de forma consistente e gerenciar estratégias de negócios alinhadas às tendências do mercado. Essa é a fórmula do sucesso, pois oportunidades existem para todos. Basta saber explorá-las.