Marcelo Leandro de Borba
Diretor do Inovaparq
A procura constante por crescimento e sustentabilidade direciona as organizações na busca da inovação. Entende-se que a inovação tem sua
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origem em um conhecimento novo e que este demanda investimento em pesquisa.
Hoje, a criação do novo conhecimento é facilitada em ambientes que fornecem estruturas e ações propícias. Um ecossistema de empreendedorismo inovador, o empreendedor inovador e a indústria do venture capital (capital de risco) são elementos-chave para um ambiente inovador.
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O ecossistema de empreendedorismo inovador demanda estratégias específicas ou ambientes para estimular o processo de empreendedorismo. Joinville tem estruturas que são exemplos, como a Lei de Inovação; o Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia e Inovação de Joinville; incubadoras; parque tecnológico e universidades com ações de apoio ao empreendedorismo e à inovação. E a unidade orgânica destes elementos que interagem permitirá criar arranjos onde diferentes organizações combinam suas individualidades para oferecer um maior número de soluções.
A indústria do venture capital é elemento básico e estruturante do contexto social na busca do novo conhecimento. E a conexão com o ecossistema e o empreendedor inovador é imprescindível.
O que a maior cidade de Santa Catarina terá que construir é a base de uma indústria do venture capital. E esta construção terá que ser conduzida por iniciativa do poder público e da iniciativa privada, em um processo emergente, mas necessário, para que se possa considerar Joinville uma cidade que
pensa o seu futuro.
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Fernando Luiz Freitas Filho
Professor do mestrado em engenharia de produção da UniSociesc
Para abordar o tema desenvolvimento tecnológico, é importante conhecer o conceito da hélice tríplice, criado por Etzkowitz e Leydesdorff. Segundo os autores, a universidade (geradora de conhecimento) é o indutor da relação entre empresas (setor produtivo) e o governo (setor regulador e fomentador da atividade econômica). Por meio desta relação é que ocorre a geração de novos conhecimentos, a inovação tecnológica e o desenvolvimento.
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Este conceito dá base às políticas para o desenvolvimento tecnológico: instituições de ensino desenvolvedoras de pesquisa e geradoras de conhecimento; pesquisadores com atitudes empreendedoras que saibam desenvolver planos de negócio para buscar recursos; incubadoras que suportem as empresas de base tecnológica; cultura colaborativa e de troca de informação e conhecimento entre os atores de inovação tecnológica; e inovação tecnológica tratada de forma estratégica por meio da implantação de metodologias de gestão.
O principal desafio é fazer com que as empresas tragam para si a responsabilidade da inovação tecnológica. As empresas brasileiras investem muito pouco em pesquisa e desenvolvimento (0,55% do PIB), valor menor que o do próprio governo (0,61%). Essa diferença é ainda maior se comparada ao setor empresarial de países como Coreia do Sul (2,97%), Estados Unidos (1,66%) e Alemanha (1,84%).
A principal barreira é cultural. Os atores da hélice tríplice precisam se unir e criar uma cultura voltada à inovação tecnológica. Para que Joinville vença o jogo do desenvolvimento tecnológico, esse é o caminho. Basta investir.