Um reality show em que os competidores precisam mostrar que são os melhores não no canto ou na cozinha – mas sim na forja: assim é o Desafio Sob Fogo Brasil e América Latina, do History, que reúne forjadores para disputar um prêmio de US$ 10 mil. A quarta edição estreia no canal por assinatura nesta quinta-feira (28), às 22h; e conta com um catarinense no elenco: é Júlio Lombardi, natural de Schroeder, que trabalha com cutelaria desde 2017.
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Júlio, que hoje tem 46 anos, começou a se interessar por cutelaria (a fabricação de instrumentos de corte) na adolescência, quando se envolveu com a tradição e a cultura gaúchas: ao mesmo tempo em que passou a frequentar rodeios e festas campeiras em Santa Catarina, ele fazia curso de torneiro mecânico, onde aprendeu sobre processos como a têmpera (o resfriamento brusco de metais), que o ajudaram a começar a se aventurar pela forja.
Sua primeira forja, feita com as técnicas aprendidas no curso de torneiro mecânico, foi uma grosa: faca usada no casqueamento, processo em que se desbasta os cascos dos animais para fixação de ferraduras.
– Também por causa da tradição gaúcha, eu comecei a trabalhar com couro cru, então juntei as duas coisas: a cutelaria e a arte em couro – Júlio conta. – Em 2017 eu fui a uma feira em Nova Petrópolis, na serra gaúcha, e levei cinco facas para vender. Foi onde eu encontrei um amigo que passou a ser meu mestre na cutelaria: em 2017 fiz um curso com ele e passei a trabalhar exclusivamente com isso.
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Júlio diz que leva cerca de cinco dias para fazer uma faca, desde a forja até a finalização, com a inclusão da bainha. Todas as peças são criadas por ele mesmo.
– Hoje eu me considero um artista: o artesão é aquele que reproduz ou produz as peças conforme o cliente pede; e o artista é aquele que cria as peças e vende – explica. – Já recebi vários pedidos inusitados, mas eu procuro fazer aquilo que sei. Por isso sempre me mantive no meu nicho, que são as facas gaúchas, que o pessoal usa nos rodeios e nas festas campeiras.
Nas gravações para o Desafio Sob Fogo, porém, Júlio precisou sair um pouco da zona de conforto: as provas que vão ao ar a partir do fim do mês são baseadas na cultura pop; com peças como um facão ao estilo dos filmes de Indiana Jones. Os oito participantes se dividem em duas equipes de quatro forjadores – depois dessa primeira etapa, quem tiver a maior pontuação se classifica para a final; enquanto o segundo e terceiro colocados disputam a repescagem.
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O catarinense foi indicado para o programa pela carioca Juliana Baioco, que participou da terceira temporada, e faz parte do grupo de alunos do mesmo mestre de Júlio. Depois de uma série de testes e entrevistas, ele foi selecionado pela organização.
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– Eu sempre assisti o Desafio Sob Fogo, até porque eu aprendo muito assistindo o programa – ele comenta. – É como quem gosta de futebol, que não perde um jogo. (risos) A expectativa para a estreia é grande, porque a gente não sabe como vai ser a edição do programa. Como a gente vai aparecer na telinha. Eu dei o meu melhor lá, e me diverti bastante. Fui eu mesmo. Os adversários se tornaram amigos. Acho que vai ser divertido assistir.
Mas, claro, nem tudo foi tão fácil:
– É muita pressão, pouco tempo… – ele fala, sobre a realização das provas no programa. – Uma faca aqui eu faço em cinco dias; lá, precisava fazer em três horas. São maquinários diferentes, materiais diferentes. Se errar uma estratégia, você está eliminado.
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Júlio, que nunca tinha andado de avião, também adorou a viagem até a Cidade do México, onde o reality show foi gravado.
– Sobrevoar a Amazônia… Foi uma experiência única – comenta o cuteleiro. – A viagem foi maravilhosa.
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As três primeiras temporadas do Desafio Sob Fogo Brasil e América Latina foram vencidas por brasileiros; e, nesta edição, o país está representado, além de Júlio Lombardi, por Roger Glasser e Silvana Mouzinho (segunda mulher a participar da competição). Há também dois forjadores mexicanos, um chileno, um colombiano e um argentino.
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