Enquanto o governo ainda busca explicações para o apagão de segunda-feira, especialistas em energia sustentam que, no curto prazo, apenas uma campanha nacional pela redução do consumo seria capaz de reduzir o risco de novos blecautes no país.
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Com os reservatórios das hidrelétricas abaixo dos níveis do mesmo período do ano passado e as térmicas já gerando no limite, solucionar o problema pelo lado da oferta dependeria de um imponderável retorno das chuvas em grandes volumes, principalmente no Sudeste e no Nordeste.
Assim, a única medida ao alcance seria incentivar a população a tirar aparelhos da tomada. Devido às altas temperaturas do verão, os aparelhos de ar condicionado, vendidos em grande número nos últimos anos em razão do aumento da renda, é um dos equipamentos que puxa o consumo.
– O governo deveria ir à mídia para que a população se conscientize e faça economia. Se nada for feito, poderemos ter decretado o racionamento – diz Ricardo Savoia, consultor da Thymos Energia, lembrando que, pelo lado da demanda, o consumo de energia não para de crescer no país.
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Eduardo Malato, executivo da Replace Consultoria, faz um alerta semelhante:
– O período úmido já começou. O nível dos reservatórios deveria aumentar, mas está caindo. Cada vez mais dependemos de chuvas generosas. A ação que está ao nosso alcance é reduzir o consumo.
Para Walfrido Ávila, presidente da Trade Energy, a racionalização ajudaria, mas viria tarde. Agora, entende o especialista, é hora de planejar o sistema elétrico brasileiro para os próximos cinco anos.
– No médio prazo, precisamos pensar em uma geração térmica mais barata. A carvão ou gás. Necessitamos deixar isso bem planejado – avisa Ávila.
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