O atual presidente da Argentina, Mauricio Macri, foi derrotado nas eleições de domingo (27) que decidiram o novo presidente do país vizinho. A chapa composta por Alberto Fernández e pela ex-presidente Cristina Kirchner saiu vencedora logo no primeiro turno, com 48% dos votos segundo a apuração divulgada no domingo à noite.

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Argentinos que moram em outros países também puderam votar e fizeram mobilizações no mundo inteiro, movimentando as embaixadas. Não foi diferente em Florianópolis, onde mais de 1400 eleitores estavam aptos para participar da votação no domingo, que ocorreu no Consulado da Argentina na Capital catarinense. Os resultados da mesa de votação em SC foram divulgados nesta terça-feira e mostram um cenário oposto, com a maioria dos votos para a reeleição de Mauricio Macri.

Foram registrados 266 votos em Florianópolis, com 165 para Mauricio Macri e 88 para Fernández. Outros candidatos que tinham chances menores receberam entre três e seis votos. A eleição na Argentina ainda é feita com votos no papel e a contagem é manual, então o resultado definitivo, com 100% das urnas, deve ser apurado somente no fim desta terça-feira (29). No entanto, com 97% dos votos computados, a diferença de Fernández para Macri já era suficiente para a eleição em primeiro turno.

Presidente de mesa na eleição em Florianópolis, o argentino Roberto Carlos Meza Niella explica que os 266 votos foram presenciais no consulado. Mais argentinos no interior de SC também votaram através dos correios — em uma modalidade que estreou nesta eleição. No entanto, Niella destaca que o movimento no domingo foi recorde para uma eleição:

— Eu achei fantástico, venho acompanhando por outras duas eleições como responsável em Florianópolis e é a primeira vez que o eleitorado se volta massivamente para votar aqui. O voto não é obrigatório para quem mora no exterior, mas a movimentação foi muito maior esse ano. Na última eleição, em 2015, cerca de 80 pessoas votaram em Florianópolis, agora 266.

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Há anos afastado da política ativa, Alberto Fernández, 60 anos, foi a surpresa da campanha eleitoral argentina. Peronista moderado e pragmático, ele conquistou a presidência do país alavancado pela ex-presidente de centro-esquerda e companheira de chapa, Cristina Kirchner. Fernández é advogado e foi chefe de gabinete do falecido presidente Néstor Kirchner (2003-2007), assim como de Cristina, em 2008.

Derrotado nas urnas na tentativa de reeleição, Mauricio Macri era apoiado pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que criticou a decisão na Argentina e disse que não irá parabenizar Fernández.