Apesar da pressão, reuniões, tuitaços e atos públicos, Marina Silva não conseguiu convencer o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a liberar a criação da Rede Sustentabilidade.

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Frustrada com a rejeição do registro da sigla, a ex-senadora voltou a dizer que não tem plano B, mas não negou a possibilidade de se filiar a outro partido até sábado para disputar a Presidência em 2014.

– Ainda somos um partido. Não temos registro, mas temos o mais importante: ética – afirmou a ex-senadora.

Marina, que prometeu anunciar seu futuro político após reunião nesta sexta-feira com os apoiadores da Rede, voltou a dizer que não tem plano B:

– Eu tenho plano A. O plano A é a Rede Sustentabilidade, ela é um projeto político. Não queremos apenas um registro.

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Antes da votação, o advogado do grupo, Torquato Jardim, disse que houve irregularidades cometidas pelos cartórios eleitorais responsáveis pela validação das assinaturas dos apoiadores, e citou a anulação de 95 mil assinaturas sem justificativa. Relatora do processo, Laurita Vaz entendeu que “provar a autenticidade das assinaturas é ônus do partido e não dos cartórios”.

Com a decisão, o partido não poderá participar das eleições de 2014. Após acompanhar a sessão, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) lamentou a decisão da Corte:

– Quem mais perde é o povo.

Nesta quinta-feira, ao deixar o TSE, Marina não negou que poderá se filiar a outra legenda para concorrer. Alguns partidos, como PPS e PEN, já haviam oferecido vaga.

– Sete partidos nos procuraram. Há uma série de agremiações desejosas de terem Marina e muita manifestação de solidariedade – disse o deputado federal Walter Feldman (ex-PSDB-SP), um dos articuladores da Rede.

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Para o professor da FGV Marco Antonio Carvalho Teixeira, se optar por um partido já consolidado, há risco de Marina perder a integração com a sociedade:

– O charme da candidatura de Marina é o advento do novo, um processo político fora dos padrões.

A insuficiência na comprovação de apoio faz com que a Rede seja o único a fracassar entre os três que pleitearam registro recentemente. O PROS e o Solidariedade tiveram seus pedidos aprovados na semana passada.

Os rumos que a líder da Rede pode tomar

Entrar no PEN

– O Partido Ecológico Nacional (PEN) foi criado no ano passado e tem bandeiras semelhantes às de Marina. Os dirigentes até aceitam trocar o nome da sigla para Rede. A falta de estrutura partidária, porém, é um ponto negativo.

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Filiar-se ao PPS

– Originado do Partido Comunista Brasileiro (PCB), o partido estava esperando a adesão de José Serra, que ameaçava deixar o PSDB. Como o tucano desistiu da troca, o PPS poderia ser uma opção. O problema é conseguir evitar o cheiro de improviso.

Voltar ao PV

– Marina concorreu em 2010 pelo PV, que a recebeu após ela deixar o PT. Apesar de ser uma sigla pequena, foi a base para ela conquistar quase 20 milhões de votos. Mas a ex-senadora abandonou os verdes brigada com sua cúpula.

Desistir

– Para não macular o discurso da “nova política”, a ex-senadora pode abandonar a corrida eleitoral. Mudar para um partido tradicional poderia representar perda de credibilidade. Mas Marina colocaria fora sua boa posição nas pesquisas.