O campo pró-democracia não conseguiu recuperar todas as cadeiras nas eleições legislativas parciais de domingo em Hong Kong, quando o movimento favorável a Pequim consolidou sua maioria.

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A votação foi convocada depois que alguns deputados foram destituídos pela justiça por um protesto durante a cerimônia de juramento do cargo, no início de seu mandato, em 2016.

A China endureceu consideravelmente o tom contra qualquer forma de contestação de sua soberania sobre a ex-colônia britânica e proibiu as candidaturas de alguns moderados, que defendiam a autodeterminação da cidade.

Em 2016, Pequim obteve a cassação de seis deputados que modificaram a frase do juramento. Alguns eram veteranos da luta por democracia em Hong Kong e outros eram membros de um novo movimento radical que pede a independência.

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No domingo foram eleitos deputados para quatro das seis cadeiras vazias no Parlamento.

De acordo com a apuração, o campo pró-democracia só conseguiu manter dois de seus quatro representantes.

A partir de agora contará com 26 cadeiras no Conselho Legislativo (Legco), órgão em que apenas metade dos integrantes são escolhidos por sufrágio universal. A outra metade é definida por grupos de interesse ligados a Pequim.

Os democratas reforçaram sua capacidade para bloquear algumas leis importantes que exigem maioria de dois terços para sua aprovação, mas agora perderam um importante poder de veto em outras leis.

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Em 2014, com a “Revolução dos Guarda-Chuvas”, Hong Kong viveu sua maior crise política desde a devolução a China em 1997, após 155 anos de presença britânica.

As legislativas parciais de domingo coincidiram com a decisão do Parlamento chinês de abolir o limite de mandatos presidenciais, o que abre o caminho para Xi Jinping impor sua visão a longo prazo de uma superpotência cada vez mais submetida ao Partido Comunista.

Entre as cadeiras em disputa no domingo estava a de Nathan Law, um dos principais nomes dos protestos de 2014, ao lado de Joshua Wong e Agnes Chow.

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Chow, de 21 anos, cogitou disputar a eleição para a cadeira antes ocupada por Law, mas o Executivo de Hong Kong vetou sua candidatura em janeiro alegando que a jovem defende a autodeterminação de Hong Kong. O candidato procedente de seu movimento, Au Nok-hin, foi eleito no domingo.

* AFP