Ao menos nove deputados que se reelegeram em Santa Catarina tiveram queda no número de eleitores em 2022 em comparação com o pleito passado. Os dados fazem parte de um levantamento do Diário Catarinense feito com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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De acordo com os dados, 19 candidatos que tentavam a reeleição tiveram queda no número de votos entre 2018 e 2022 – 45% do total. Dos que garantiram um novo mandato, a diminuição nos números de votos ocorreu com seis deputados estaduais e três federais — o que representa 28% do total.
A queda mais significativa foi do deputado federal Fábio Schiochet (União Brasil) que teve uma redução de 40% no eleitorado, passando de 87.345 votos em 2018 para 51.824 no pleito deste ano.
Entre os estaduais, a maior redução foi de Padre Pedro (PT), com 23%. Em 2018, ele acumulou 35.184, enquanto em 2022 terminou com 26.803.
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Nove candidatos não conseguem reeleição
Com a queda no número de eleitores, ao menos nove candidatos que buscavam um novo mandato acabaram de fora das bancadas com os resultados de domingo — seis federais e três estaduais.
A queda mais significativa foi do deputado federal Hélio Costa (PSD). Ele, que foi o mais votado nas eleições de 2018 para a Câmara, teve uma diminuição de 89% no número de votos: passou de 1.79.307 para 18.571. Com o resultado, ele acabou ficando com a suplência.
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Já entre os estaduais, o parlamentar que teve o pior desempenho nas urnas foi Felipe Estevão (União Brasil) com uma queda de 68%. Em 2018, ele recebeu 47.390 votos, enquanto em 2022 foram 15.146 votos – ele também conseguiu a suplência na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
Além disso, Dário berger (PSB), que tentava a reeleição no Senado, perdeu a cadeira ao receber 605.258 votos. Em 2014, quando foi eleito, ele recebeu 1.308.51 votos — uma queda de 53%.
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Quem são os deputados estaduais mais votados em SC nas Eleições 2022
Candidata tem crescimento de 464%
Em contrapartida, a deputada estadual Ana Campagnolo (PL) teve um crescimento de 464% no número de votos em relação a 2018. Ela, que foi a mais votada em Santa Catarina, teve um total de 196.571 em 2022 — em 2018 foram 34.825 votos.
Já entre os deputados federais, o maior crescimento foi de Gilson Marques (Novo), que teve um aumento de 220% na quantidade de votos, passando de 27.443, em 2018, para 87.984.
Segundo o professor de administração pública da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e pesquisador em cultura política, Daniel Pinheiro, o protagonismo nacional em Lula e Bolsonaro pode ter ligação com a oscilação de votos entre os candidatos.
— Esse é um dado a se olhar com muita cautela. Parte disso, tem uma explicação na relação entre ter colocado logo de cara um protagonismo nacional em Lula X Bolsonaro e, então, até os cenários estaduais são afetados pelo discurso de voto útil, e de seguir ou um ou outro. Mas, tem outros fatores, como alianças, grupos políticos tradicionais que em alguns locais se esgotaram, ou até mesmo mudança de foco do eleitorado — pontua.
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Ao contrário do sistema majoritário, receber a maioria dos votos não é suficiente para ser eleito, pois os deputados estaduais são eleitos de forma proporcional. Ou seja, para um candidato ser eleito, é levada em conta a votação de seu partido político ou coligação de partidos, além da quantidade de votos recebida pelo candidato na eleição que acontece de quatro em quatro anos.
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