A Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados aprovou ontem requerimento autorizando uma missão oficial à Rússia para ouvir o ex-técnico de inteligência Edward Snowden, que revelou milhares de documentos detalhando as práticas de monitoramento da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos.
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O número de deputados que vão participar da missão ainda não foi definido, nem quando será realizada a viagem. Os deputados devem se juntar a senadores que compõem a CPI da Espionagem que já manifestaram intenção de conversar com Snowden.
O pedido para a viagem foi apresentado pelo líder do PSOL, Ivan Valente (SP). Segundo ele, a ideia é obter mais informações sobre o esquema de espionagem norte-americana.
– A sequência de informações a conta gotas é um problema de soberania nacional. Primeiro, foram cidadãos brasileiros os espionados. Depois, empresas, a presidente da República, os ministros e agora a Petrobras – disse Valente. – É muito mais que agir contra o terrorismo. Com a Petrobras, são interesses econômicos, industrial e comercial, que estão em jogo.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores, Nelson Pelegrino (PT-BA), deve procurar a embaixada da Rússia, em Brasília, na próxima semana para tentar articular a viagem.
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O custo da missão oficial ainda será calculado. De acordo com uma norma interna da Câmara, em viagem internacional representando a Casa os deputados recebem uma diária de US$ 428.
Em meio às denúncias de espionagem contra o governo, a presidente Dilma Rousseff solicitou ao Congresso que seja dado regime de urgência na tramitação do projeto que trata do marco civil da internet que tramita na Câmara. A mensagem presidencial foi publicada no “Diário Oficial”.