Dezenas da notas oficiais continuam sendo emitidas em Florianópolis e várias cidades de Santa Catarina, subscritas por autoridades e dirigentes de instituições educacionais, jurídicas e culturais do Estado, manifestando pesar pela morte do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo.

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A mais contundente foi assinada pelo Procurador Geral do Estado, advogado e procurador João dos Passos Martins Neto, amigo pessoal do reitor. Ele destaca as qualidades do educador falecido e defende investigações criminais, civis e administrativas para que sejam apuradas responsabilidades pelas decisões que implicaram em sua prisão e seu afastamento.

A nota foi lida da tribuna da Câmara Federal pelo deputado Esperidião Amin (PP). Ele foi secundado por manifestações de vários deputados catarinenses de diferentes partidos, que propuseram investigação da prisão do reitor pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal.

O ex-governador catarinense disse:

“Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero me dirigir especialmente aos Parlamentares de Santa Catarina aqui presentes, num dia lamentavelmente histórico. Faço questão de não colocar a minha palavra aqui. Quero pedir para transcreverem nos Anais da Casa a nota de pesar que foi veiculada pelo Prof. João dos Passos Martins Neto, Professor de Direito do curso de Ciências Jurídicas, que eu tive o privilégio de fazer e concluir no ano de 1970, na Universidade Federal de Santa Catarina, onde me formei e exerci o magistério até 2011.

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O Procurador-Geral do Estado vem a público manifestar profundo pesar pelo falecimento do Prof. Luiz Carlos Cancellier de Olivo — Magnífico Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina —, bem como se solidarizar com seus familiares e amigos.

‘A morte de Cancellier enluta Santa Catarina pela perda de um de seus filhos mais ilustres, um homem digno, de poucas posses, que devotou os últimos anos de sua rica trajetória profissional à nobre causa do ensino, da pesquisa e da extensão universitários. A tragédia de sua partida ocorre sob condições revoltantes. As informações disponíveis indicam que Cancellier padeceu sob o abuso de autoridade, seja em relação ao decreto de prisão temporária contra si expedido, seja em relação à imposição de afastamento do exercício do mandato, causas eficientes do dano psicológico que o levaram a tirar a própria vida.

Por isso, respeitado o devido processo legal, é indispensável a apuração das responsabilidades civis, criminais e administrativas das autoridades policiais e judiciárias envolvidas.

Que o legado do Professor Luiz Carlos Cancellier de Olivo seja, em meio a tantos outros bens que nos deixou, também o de ter exposto ao País a perversidade de um sistema de justiça criminal sedento de luz e fama, especializado em antecipar penas e martirizar inocentes, sob o falso pretexto de garantir a eficácia de suas investigações.

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João dos Passos Martins Neto

Procurador-Geral do Estado.’

E professor da minha universidade”