Deputados opositores se enfrentaram nesta terça-feira (28) depois que o Parlamento aprovou um relatório em apoio às negociações entre o governo e seus adversários que começarão na próxima sexta-feira na República Dominicana.
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“Diálogo é traição!”, gritavam das galerias do hemiciclo estudantes em apoio aos parlamentares que rejeitam a iniciativa que busca resolver a grave crise, segundo imagens transmitidas pela televisão local.
Em meio à gritaria, alguns legisladores discutiram pela forma como o texto foi aprovado, mostrando mais uma vez as divisões na oposição, que domina o Parlamento.
Segundo o deputado Richard Blanco, a sessão foi realizada sem o quórum mínimo de 84 deputados, mas a direção assegurou que o documento foi aprovado com 82 votos a favor e três contra.
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Delegados do presidente Nicolás Maduro e da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) se reunirão na sexta-feira e no sábado em Santo Domingo para acordar saídas à crise política e econômica.
As negociações são rejeitadas por setores opositores que consideram que o diálogo é uma artimanha de Maduro e uma “traição” após os protestos que deixaram 125 mortos entre abril e julho.
O texto aprovado planeja negociar um “canal humanitário” para a entrada de alimentos e remédios, e por garantias para as eleições presidenciais de 2018.
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Um comunicado da ala crítica assinala que “não há nada para falar” com um governo que viola os “direitos e as garantias dos cidadãos”.
“Este diálogo é absurdo”, disse à imprensa Blanco, do partido Aliança Bravo Povo, fundado pelo prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, que em 17 de novembro fugiu da prisão domiciliar que cumpria desde 2015 e foi para a Espanha.
O documento foi elaborado após consultas com acadêmicos, sindicalistas e empresários, e foi votado sem debate prévio na Câmara.
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“Nosso objetivo é a mudança de governo pela via pacífica e eleitoral, e eles serão aliados em algum momento de novo”, declarou o legislador Stalin González, a cargo das consultas.
Governo e oposição protagonizam várias tentativas frustradas de diálogo desde 2014.
* AFP