A filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL, decisão anunciada nesta semana, agradou os deputados estaduais do partido em SC. Uma reunião nesta quarta-feira (10) deve definir detalhes do acordo.
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“Se tirar o Centrão, pra onde é que eu vou?”, questiona Bolsonaro
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Em outros estados como Piauí e Alagoas, a chegada do presidente pode provocar mal-estar e ameaçar alianças locais, já que o PL lá é mais próximo de legendas como o PT ou lideranças como o senador Renan Calheiros, desafeto de Bolsonaro. Em Santa Catarina, no entanto, a situação é diferente e o clima com a provável chegada do presidente é de entusiasmo.
O principal fator disso está na proximidade entre Bolsonaro e o senador Jorginho Mello (PL), presidente da legenda em SC.
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Os deputados estaduais do PL acreditam que quem está no partido já está alinhado com os princípios de Bolsonaro. Isso porque Jorginho Mello é vice-líder do governo no Senado e não esconde o apoio ao presidente, até mesmo com embates públicos na CPI da Covid.
Por conta disso, os parlamentares não acreditam em um movimento de saída de filiados que pudessem não aprovar a filiação do presidente, já que todos sabem da relação próxima de Jorginho com Bolsonaro.
Pelo contrário, a aposta dos deputados e do comando do PL em SC é de que a vinda de Bolsonaro possa trazer a reboque a filiação de muitos deputados e pré-candidatos bolsonaristas, que estavam aguardando o rumo definido pelo presidente.
Deputados avalizam governo Bolsonaro
O PL elegeu três deputados estaduais em 2018 em SC, mas durante a legislatura ganhou mais duas cadeiras, com as filiações de Sargento Lima, ex-PSL, e Ivan Naatz, ex-PV.
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Atual líder do PL na Assembleia Legislativa (Alesc), Naatz confirma que o partido está alinhado com as intenções de reeleição do presidente em 2022.
– O senador Jorginho é vice-líder do Bolsonaro no Senado, o que demonstra nossa aceitação às políticas públicas apresentadas pelo governo – afirma.
Outro filiado mais recente do PL, Sargento Lima se elegeu ainda pelo PSL e sempre se declarou defensor de Bolsonaro. Diz que o partido atual vai “defender tranquilamente” as pautas do presidente.
– Não vejo a mínima possibilidade de isso (filiação de Bolsonaro) afugentar alguém. As pautas dos atuais deputados são vinculadas ao liberalismo. Fiz minha bandeira defendendo as pautas de Bolsonaro e isso pode atrair (mais pessoas alinhadas ao presidente ao partido), o que vai me deixar muito alegre – afirmou.
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O deputado Marcius Machado (PL) considera que a filiação do presidente pode ajudar na cobrança por mais recursos ao Estado, citando obras como a duplicação da BR-470 e a ampliação da BR-282. As obras por vezes são apontadas em críticas ao presidente como projetos que não andaram no ritmo esperado durante a gestão Bolsonaro.
– Acredito que vai ter mais força para trazer investimentos a SC. Ele vindo ao PL vai resolver todos os problemas? Não. Mas o partido fica mais forte, vamos ter envergadura maior na candidatura do senador (Jorginho Mello) ao governo. Como hoje o PL tem a terceira maior bancada (da Câmara), vai poder fortalecer ainda mais a governabilidade para Bolsonaro – aponta.
O possível “êxodo” de bolsonaristas rumo ao PL após a filiação de Bolsonaro é admitida pelos atuais deputados estaduais do partido. O movimento deve atrair até mesmo deputados federais de SC. No anúncio de fusão do PSL com o DEM, os catarinenses Daniel Freitas e Coronel Armando (PSL) já haviam anunciado a intenção de se filiar ao partido para o qual Bolsonaro fosse.
– Deve vir uma avalanche de pré-candidatos querendo concorrer pelo PL. Sou favorável, quem quiser vir que estiver dentro dos nossos valores liberais, será bem-vindo – afirma o deputado estadual Maurício Eskudlark (PL).
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Reforço à pré-candidatura de Jorginho Mello
Mas a maior empolgação com a filiação do presidente vem do senador Jorginho Mello, pré-candidato anunciado a governador de SC em 2022. Ele disse que trabalhou para convencer o presidente a se filiar ao partido e que ele deve chegar ao partido com garantias que buscava.
Embora PL e Progressistas tenham dividido nas últimas semanas as atenções do presidente, como os destinos mais prováveis, Jorginho prega respeito e não descarta que os partidos estejam juntos em 2022, tanto em nível nacional quanto estadual. Uma federação entre os dois partidos, que obrigaria um alinhamento automático nos estados, voltou a ser comentada nas últimas semanas.
– Bolsonaro sabe que vai ter a candidatura garantida, vai ser acolhido, que (vai poder indicar) as lideranças que ele quiser, especialmente para senador, que é onde ele vai dar uma ênfase grande. Vai trazer na janela muitos deputados e senadores para o partido. Vejo que foi bom para os dois lados – avaliou.
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