Deputados que fazem oposição ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), devem encaminhar só na quinta-feira, à Procuradoria Geral da República (PGR), pedido de investigação da denúncia de adulteração de documento encaminhado ao Conselho de Ética.
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Reportagem do jornal Folha de S.Paulo revelou que dois peritos atestaram a falsidade da assinatura do deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) em um ofício endereçado ao colegiado. Na noite da votação do parecer que deu continuidade ao processo disciplinar contra o presidente da Câmara, Gurgel enviou uma carta de renúncia ao cargo de membro titular do colegiado. Na ocasião, o próprio líder do PR, deputado Maurício Quintella Lessa (AL), assumiu a função para assegurar que o voto favorável a Cunha fosse mantido. O parecer contra o peemedebista foi aprovado por 11 votos a 10.
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PPS, PSOL, Rede, PSB, deputados do PT e do PSDB devem assinar a representação que será protocolada na PGR. O pedido de abertura de inquérito só não foi feito hoje porque o procurador-geral Rodrigo Janot participa de sessão no Supremo Tribunal Federal (STF).
Se por um lado os partidos já tomaram a decisão de recorrer à PGR, ainda se discute a possibilidade de representar Gurgel no conselho por quebra de decoro parlamentar. O presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), disse que não pode tomar nenhuma iniciativa de ofício e que a investigação deve ser provocada pelos partidos.
Mais cedo, Gurgel insistiu que não houve falsificação de documento e afirmou que assinou a renúncia sob efeito de álcool e medicação controlada.
— A assinatura é minha, não falsifiquei a assinatura de ninguém — afirmou.
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*Estadão Conteúdo