Deputados da oposição ao governo Lula (PT) ampliaram a pressão pela abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os ataques de 8 de janeiro nesta quarta-feira (19), após a CNN ter revelado imagens do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Gonçalves Dias, no Palácio do Planalto na ocasião do ataque.

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O ministro participaria de uma sessão da comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado na Câmara dos Deputados na tarde desta terça para tratar justamente dos ataques, mas declinou do convite, tendo apresentando um atestado médico a 15 minutos do horário marcado para o início.

A sessão ocorre, ainda assim, com discursos exaltados de parlamentares da oposição pela abertura da CPMI.

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— Agora a gente vai entender de fato porque o PT não quer essa CPMI, porque eles têm culpa no cartório. Ou seja, eles tinham o dever de fazer a segurança, porque a gente sabe que tinham infiltrados, que, desde 2014, as manifestações de direita são pacíficas — disse a deputada catarinense Caroline de Toni (PL), da oposição, ao NSC Total.

A comissão avalia agora convocar o ministro, e não mais convidá-lo, para, assim, tornar obrigatório sua presença na Câmara para prestar esclarecimentos.

Já há assinaturas necessárias de deputados e senadores para a abertura da CPMI, mas a instalação dela, prevista até então para esta terça (18), foi adiada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para 26 de abril.

As imagens reveladas pela CNN mostram o ministro do governo Lula (PT) e servidores do GSI interagindo com invasores no Palácio do Planalto na ocasião do ataque.

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Na Câmara, parlamentares da oposição e também governistas falam sobre a eventual renúncia do ministro.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), da base governista, afirmou que Gonçalves Dias não tem condições políticas de permanecer no cargo, mas que os ataques são de responsabilidade de bolsonaristas.

Já o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), vice-líder do governo na Câmara, disse concordar com a convocação do ministro e que a própria gestão Lula já havia cedido as imagens reveladas pela CNN ao Supremo Tribunal Federal (STF), com inquéritos abertos sobre os ataques.

Líderes do governo Lula e do PT na Câmara não comentaram o tema.

Vídeo mostra momento em que ausência do ministro na sessão é anunciada