“Prefeitos catarinenses vieram para Florianópolis participar do Congresso da Federação Catarinense de Municípios (Fecam). A pauta teve como temas centrais a gestão municipal e o desenvolvimento regional. Foi o momento para alertar autoridades sobre as dificuldades que os municípios enfrentam para equilibrar as receitas e atender às demandas exigidas pela sociedade. Com a concentração urbana cada vez mais acentuada, os grandes municípios vêm sofrendo um processo desgastante para obter recursos e assim resolver as questões urgentes de mobilidade urbana, saúde e abastecimento de água.
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Enquanto os pequenos municípios lutam para manter os moradores que ficaram na agricultura familiar. Por experiência pessoal de ter exercido dois mandatos de prefeito em Cunha Porã, faço um chamamento para o debate do pacto federativo com a distribuição mais justa da riqueza nacional. Hoje, a sociedade não consegue vislumbrar a presença do Estado brasileiro no atendimento das questões prioritárias. O cidadão sai de casa e não usufrui de uma calçada padronizada, não consegue utilizar uma ciclovia com segurança e não deixa o carro em casa porque o transporte coletivo é ruim. E os municípios o que podem fazer? Pouco ou quase nada, pois estão com os cofres vazios. Aí vem a necessidade do novo pacto federativo.
O Brasil República continua com a prática do Brasil Império: a concentração dos recursos no poder central. Na época da Coroa, a família imperial mantinha 77% da renda, as províncias recebiam 18% e os municípios, 5%. Hoje a União fica com 61% do bolo, os Estados, 23% e os municípios, 16%. Sem uma mudança urgente, com maior direcionamento de verba para os municípios, não teremos uma sociedade cidadã.“