A falta de responsabilidade de alguns órgãos públicos, demonstrada pela morosidade na aplicação de ações que solucionem graves problemas sociais, está provocando mortes, mutilações e imensos prejuízos materiais e morais à sociedade. À questão da “imobilidade urbana” no acesso à capital dos catarinenses, amplamente discutida mas não solucionada, soma-se a situação mais do que complicada da principal rodovia do país, a BR-101, na localidade de Morro dos Cavalos, município de Palhoça.

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Por oito vezes consecutivas, no período de mais de duas décadas, atuamos no Parlamento catarinense como presidente da Comissão de Transportes. Dentro das prerrogativas parlamentares, levamos o assunto à discussão em longas e cansativas audiências públicas, debatemos com os órgãos envolvidos na questão, encaminhamos documentos em nível estadual e nacional, através da bancada catarinense no Congresso. Um trabalho planejado e responsável, mas que volta a esbarrar na falta de sensibilidade, de responsabilidade e de respeito para com o ser humano. Assim, encerramos o ano legislativo de 2013 com muita preocupação por ver essa questão estacionada na estaca zero.

É justo dizer que a Fundação Nacional do Índio (Funai), contestada em seus atos até mesmo pelos índios, tem que ser responsabilizada pelos acidentes nesse trecho da 101. Insensível às mortes e mutilações, o órgão público nega anuência à obra provisória de pavimentação da quarta pista, o que poderia reduzir imensamente a periculosidade do trecho. Dessa forma, o Ibama não pode conceder o licenciamento ambiental para a obra e o DNI fica impossibilitado de executar projeto já aprovado da quarta faixa. É lastimável, mas é a partir desse ponto que teremos que iniciar a luta parlamentar em 2014.

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