O deputado federal catarinense Rodrigo Coelho (PSB) é um dos 11 parlamentares do partido que votaram a favor da reforma da Previdência na semana passada e que, por isso, serão alvos de um processo da Comissão de Ética do PSB nacional. O partido havia fechado questão para votar contra a proposta.

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A decisão do PSB de abrir processo foi confirmada nesta segunda-feira (15). Segundo nota divulgada na página do partido, os deputados vão ser notificados e terão 10 dias para apresentarem defesas. A partir disso, o diretório nacional avalia qual vai ser a recomendação do Conselho de Ética e decide se os parlamentares sofrerão alguma sanção. As punições podem ir de advertência até expulsão do partido.

"Fizemos uma reunião para avaliar a pertinência da representação. A votação divergente da orientação do partido dá fundamento para recebê-la, instruir o processo e depois repassa-lo ao Diretório Nacional para a decisão final", afirmou em nota o presidente do Conselho de Ética do PSB nacional, Alexandre Navarro. Seis segmentos do partido elaboraram documento pedindo punição aos deputados que votaram a favor da reforma.

Deputado diz que PSB "se divorciou da realidade do país"

Em nota à imprensa, o catarinense Rodrigo Coelho lamentou a atitude do PSB de instaurar processo contra os deputados que votaram a favor da reforma da Previdência.

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"Mais uma vez, o Partido adota uma postura de intimidação e de autoritarismo. A dura realidade é que o partido se tornou um puxadinho do PT, em especial, após o falecimento do saudoso Eduardo Campos. O PSB se divorciou da realidade do país e começou a perseguir politicamente os filiados que pensam diferente", alega o deputado em trecho de nota divulgada nesta segunda-feira.

O processo aberto pelo partido abala ainda mais a relação do deputado catarinense com o PSB, que já estava estremecida nos últimos meses. Em maio deste ano, o partido destituiu a diretoria da legenda em Santa Catarina, da qual Coelho fazia parte. Nacionalmente, o partido integra um bloco de oposição ao governo Bolsonaro, mas parte dos membros do partido em Santa Catarina possuem posicionamentos mais próximos do governo.

Coelho ainda critica a expulsão do prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, ocorrida no ano passado após declarar apoio a candidatura presidencial de Jair Bolsonaro (PSL).

O deputado alega que teve cinco emendas parcialmente acolhidas no texto-base da reforma da Previdência e que, como os pontos mais polêmicos foram retirados (mudanças no BPC, aposentadoria rural, capitalização e desconstitucionalização), não haveria motivos para sustentar voto contrário à reforma.

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"Votar 'não' seria apostar no fracasso do país. Por isso, recebo com a consciência tranquila a abertura do processo, certo de que votei a favor do Brasil", encerra o deputado na nota à imprensa.

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