Indicado pelo PP para a vaga de direção na Petrobras, o ex-diretor Paulo Roberto Costa, no seu depoimento à Justiça Federal, afirma que todos os contratos com dez grandes empresas, acusadas de integrar um cartel, eram superfaturados em 3% para “ajuste político”. Deste valor, 1% seria para o Partido Progressista. E, do total recebido ilegalmente, R$ 5,5 milhões teriam ido para o deputado federal João Alberto Pizzolatti Júnior, de acordo com o jornal O Globo.

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O nome dele consta é uma agenda do ex-diretor que detalha o pagamento de R$ 28,5 milhões para sete políticos do PP, diz o jornal. Pizzolatti é vice-presidente da executiva nacional da legenda.

– Quando começou a ter projetos de construção, principalmente para a área de qualidade de gasolina e diesel, começaram em todas as refinarias grandes obras com esse intuito, me foi colocado lá pelas empresas e também pelo partido que, dessa média de 3%, o que fosse diretoria de abastecimento, 1% seria repassado para o PP e os 2% restantes ficariam para o PT. Isso foi me dito com toda clareza – depõe o ex-diretor em sua delação premiada.

Esse taxa de “ajuste político”, nas próprias palavras do Costa, seria cobrada em todos os contratos das empresas que integravam o cartel, composto por 10 grandes empresas que negociam com a Petrobras. O percentual seria cobrado até nos aditivos contratuais de empreendimentos já em andamento. Mas o diretor também tinha a sua fatia.

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– Do 1% do PP, 60% iam para o partido e 20% para despesas. Dos outros 20%, 70% vinham para mim e 30% ficavam com Janene e depois com Youssef – explica, na gravação, Costa.

O assessor do deputado João Pizzolatti disse à reportagem que informaria o parlamentar e retornaria. Até à 19h30 desta sexta-feira o político ainda não tinha feito contato.

Nas outras oportunidades em que foi acusado de fazer parte do esquema delatado na Petrobras, o deputado federal disse que a denúncia não tinha nenhuma prova material de seu envolvimento e que seu nome não poderia ser envolvido de forma “leviana” com o assunto.

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