A cultura da banana, forte aliada da economia agrícola de Santa Catarina, começa a enfrentar contratempos com a decisão do Ministério da Agricultura, que autorizou recentemente a importação da fruta do Equador. Nossos pequenos produtores, característica do setor agrícola catarinense, já estão preocupados com a possível desestabilização da balança comercial, uma vez que no Equador a banana é produzida em larga escala e recebe muitos subsídios do governo equatoriano para a produção e a exportação.

Continua depois da publicidade

Como presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Estado, lembro que talvez ainda seja muito cedo para se fazer uma avaliação dos efeitos da importação da banana equatoriana, mas é necessário ficar alerta, assim como se estabelecer limites de volume e preço, alíquotas diferenciadas e época do ano em que as importações serão liberadas. Tudo é uma questão de proteção do nosso mercado, sim. Não podemos concordar com uma política que desestruture a nossa economia local.

Segundo a Associação de Bananicultores de Corupá (Asbanco), 97% da produção nacional de banana são realizados pela agricultura familiar, em pequenas áreas, ao passo que no Equador, a produção está assentada em grandes latifúndios. Em Corupá, só para citar um exemplo, cerca de 4 mil pessoas sobrevivem direta ou indiretamente do cultivo da banana, responsável por 35% da economia do município. Com mais de 5 mil hectares de plantio no município, Corupá tem uma colheita anual de mais de 200 mil toneladas. Temos que buscar novas soluções para garantir a competitividade e o crescimento da produção local, com a manutenção do nosso sistema de agricultura, que fixa e valoriza as famílias na região rural.