A deputada estadual Renata Souza (PSOL/RJ) recebeu na madrugada desta segunda-feira (10) e-mails contendo ameaças de morte, além de trechos racistas e misóginos. Segundo a Agência Brasil, a deputada registrou um boletim de ocorrência nesta terça-feira (11). Os e-mails eram assinados por uma pessoa e foram encaminhados ao seu endereço eletrônico e da sua equipe.
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O registro foi feito na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). A parlamentar entregou às autoridades uma cópia da mensagem. A ameaça enviada à Renata foi assinada supostamente por um homem, que afirma ter todos os dados pessoais da deputada e que, por ser menor, nada acontecerá com ele.
No e-mail, o homem chama Renata de “macaca vagabunda”, “puta preta” e fala que ela será uma “mulher morta”. Renata Souza classificou a mensagem como “ameaças gravíssimas” e que não podem ser “naturalizadas”.
Em nota, Renata Souza se pronunciou sobre o ocorrido e cobra que a investigação seja rigorosa e ágil:
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“Não existe nada mais grave do que um crime contra a vida. A investigação policial desse caso precisa ser ágil e rigorosa. Essa ameaça em si é uma violência política gravíssima. Diz sobre a intenção do seu autor não só de me assassinar, mas de assassinar tudo o que represento como mulher preta e cria da favela eleita parlamentar com a pauta do feminismo negro e popular. Esse ser humano diz que quer destruir o meu corpo e calar a minha boca com o seu racismo e a sua misoginia. Mas eu não vou parar e nem calar, pois sou as muitas mulheres de luta que vieram antes de mim, sou as mulheres que constroem as lutas de braços agora, sou aquelas que virão depois de mim”, diz a nota.
Essa não é a primeira vez que a psolista vai à delegacia para registrar um boletim de ocorrência após receber ameaças. Em 2020, Souza acionou a polícia após intimidações pelas redes sociais. À ocasião, a deputada recebeu mensagens de uma pessoa que ameaçou sua vida e disse “você fala de mais… Vai perder a linguinha”. E a pessoa seguiu na mensagem: “por isso que Marielle morreu”, em referência à morte da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018.
*Sob supervisão de Andréa da Luz
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