As Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) encerraram 2016 com um prejuízo de R$ 9,8 milhões conforme balanço divulgado nesta terça-feira ao mercado. Um depósito judicial de R$ 256 milhões, correspondente a contas de 2014, influenciou o desempenho. Caso contrário, o ano fecharia com um resultado de R$ 132,5 milhões, 29,4% maior do que em 2015, quando a companhia lucrou R$ 102,4 milhões.
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Da mesma forma, o EBITDA da Celesc em 2016 (sigla em inglês para “lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização”), foi de R$ 329,3 milhões. Sem o depósito judicial, seria de R$ 513,4 milhões.
— Apesar do resultado consolidado, nossos números ajustados mostram que estamos com uma gestão sólida, com resultados, melhora na prestação de serviços, redução de despesas e investimentos — disse o presidente da Celesc, Cléverson Siwert.
O presidente também destacou a valorização das ações da companhia, que em 2016 foi de 72,3%, maior que o Ibovespa. O principal índice da bolsa de valores brasileira foi de 38,9% no ano passado.
O provisionamento judicial é referente ao primeiro trimestre de 2014, quando as temperaturas altas elevaram o consumo diante de uma redução forçada do preço da energia elétrica pelo governo federal. Para suprir a demanda extra de 14,5% (enquanto a média histórica ficava em 2,3%), a Celesc precisou comprar 54 MW médios de energia no mercado de curto prazo, sem leilões. Destes 54 MW, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reconheceu que 18 MW foram involuntários. O resto custou R$ 256 milhões, que estão provisionados na Justiça enquanto a empresa recorre — atualmente o processo está suspenso por liminar.
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— Já tivemos uma decisão favorável antes da suspensão, talvez nem precisaríamos fazer o depósito, mas achamos prudente fazer. Temos convicção de que isso será revertido a nosso favor, e esse valor vai ajudar nos resultados lá na frente — disse o presidente.
Investimentos
Em 2016, a Celesc fez investimentos recordes, principalmente na recompra de usinas. O valor investido totalizou em R$ 685 milhões, o maior da história do grupo e 45% superior ao de 2015. Somente na área de geração foram investidos R$ 228,6 milhões em novas concessões: as usinas de Salto Weisbach, em Blumenau, Cedros e Palmeiras, em Rio dos Cedros, Garcia, em Angelina e Bracinho, em Schroeder, que resultarão em 63,2 MW de capacidade instalada.
Na distribuição, foram gastos R$ 343,1 milhões em melhorias no sistema de alta tensão, subestações e linhas de transmissão.
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