Barbudo e com novas tatuagens, em homenagem ao pai Celito, à mãe Terezinha, aos irmãos Ricardo e Rafael e ao sobrinho Bruno, Rodrigo Gral comemora seu 23º título na carreira, entre base e profissional, e não pensa em parar.
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Há duas semanas, ele ajudou o Juventus de Seara a conquistar o título antecipado da Série C do Campeonato Catarinense, ao marcar o gol da vitória na prorrogação contra o Jaraguá. Rodrigo Gral entrou para a história do clube ao marcar o primeiro gol do Juventus como clube profissional, na estreia contra o mesmo Jaraguá, e o último gol da competição, que culminou com o título.
Contratado no início de agosto após sua saída da Chapecoense em virtude da amizade com o patrocinador do time, André Schumann, Gral se tornou a referência do Juventus e atraiu luzes para uma competição que poderia passar desapercebida.
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Gral foi exemplo para os mais jovens nos treinamentos e a voz ouvida no vestiário. Foi a inspiração para os demais pelos títulos conquistados e por ter atuado em equipes como Grêmio, Flamengo, Jubilo Iwata, Bahia e Sport, além da Seleção Brasileira Sub-20.
Enquanto alguns jogadores não tinham nenhum título, Gral já colecionava troféus como o Campeonato Brasileiro e a Recopa Sul-Americana de 1996, pelo Grêmio. Com seus 10 gols na Série C, ele ajudou o Juventus a subir para a Série B e a muitos colegas a gritar a palavra campeão.
Aos 37 anos, Gral reviveu parte de sua trajetória no início da carreira, voltando a viajar de ônibus e jogar em estádios com gramado ruim e pouca torcida. Mas voltou a ter a alegria de marcar gols. Tanto que em breve deve viajar para os Estados Unidos, onde tem uma proposta para disputar a Liga Norte-Americana. Confira trechos da entrevista que o atacante deu ao Diário Catarinense.
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“Ainda posso atuar com alto rendimento”
Diário Catarinense – Mais uma missão cumprida?
Rodrigo Gral – Missão dada, missão cumprida.
DC – Como foi sair de um time de Série A para a Terceira Divisão de Santa Catarina?
Gral – Se eu fosse preso em vaidade não iria disputar a Série C do Catarinense. Mas eu larguei mão de muita coisa para voltar a Chapecó, larguei mão de contratos mais vantajosos no exterior, para jogar no time do meu coração e estar com minha família e meus amigos. Gostei do projeto do Juventus, que me permitia estar próximo da minha família. Viajei 10 a 12 horas de ônibus e lembrei do início da minha carreira, nas categorias de base. Depois de jogar em estádios com 150 mil pessoas fui jogar para 150 pessoas. Mas nada disso me desanimou. Recebi muito carinho da comunidade de Seara. Pude passar minha experiência para meus companheiros. E até os adversários vinham pedir a camisa e falar que estavam gratos pela oportunidade de jogar comigo, pois acompanhavam minha carreira pela televisão. Dei umas 20 camisas durante o campeonato.
DC – O segredo do Juventus foi o planejamento?
Gral – A conquista mostrou que o caminho é este: planejamento, organização, empenho, pagamento em dia, moradia, boa alimentação e boa estrutura para trabalho, sem fazer loucuras financeiras.
DC – E agora, qual o próximo passo?
Gral – Neste campeonato pude comprovar que ainda posso atuar em alto rendimento, principalmente depois da lesão e da cirurgia que tive que fazer no meio do ano. Vou prorrogar minha aposentadoria por pelo menos mais um ano. O futuro está a cargo do meu irmão, que está cuidando disso. Tem um projeto que pretendo conhecer, num campeonato intermediário nos EUA.
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