Passada mais de um semana desde os momentos mais tensos da vida dele, o blumenauense Paulo Roberto Gonzaga, o Paulinho, 22 anos, demonstra a tradicional tranquilidade para falar das dificuldades que viveu no Japão durante a tsunami e os terremotos que abalaram o país desde o dia 11. Ao lado do argentino Mariano Trípodi e do atacante Ricardo Lobo, todos com passagens pelo Metropolitano, Paulinho defende o Tochigi SC, time da segunda divisão japonesa.
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Acostumado aos tremores no quase um ano que mora do outro lado do planeta, Paulinho diz que se assustou pela demora do terremoto. Nos dias seguintes, Paulinho conta que sofreu com o racionamento de comida e combustível, com filas quilométricas. Uma passagem marcou o blumenauense.
– Fui ao mercado e peguei quatro pães, um para mim e três para o Lobo e a família dele. No caixa, não me deixaram levar. Fiquei sem graça, pedi desculpas e devolvi. Quando estava embalando minhas compras, uma idosa que mal andava direito, tirou o pão da sacola dela e colocou na minha. Não sabia o que fazer. Tentei devolver, mas ela não aceitou – contou.
Sem problemas de comunicação, a semana que viveu no Japão após a tragédia foi marcada pela preocupação com a usina de Fukushima, que ficava próxima a cidade de Utsunomiya, onde estava.
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– Foi uma semana de preocupação, com medo por causa da usina – comentou, lembrando que Lobo está com a família em Criciúma e Trípodi voltou para a Argentina.
Nada, porém, que tenha abalado Paulinho. Impressionado com a qualidade de vida e a estrutura do clube, espera as coisas voltarem à normalidade para retornar. O campeonato foi paralisado, com previsão de retorno para o dia 23 de abril. Enquanto isso, quer aproveitar o tempo junto da família e dos amigos, pois não sabe até quando vai ficar em Blumenau. Existe a possibilidade de retornar para o Japão no final da semana.