Depois do retorno dos bons tempos no futebol masculino, meninas viram novo xodó do Inter de Lages

Elas são o xodó do futebol lageano. A mesma torcida que é fanática com os bravos jogadores do Inter, de Lages, guerreiros que fizeram bonito na volta à elite do futebol catarinense, estão agora encantados, também com as leoas da Serra: o time feminino do Leão Baio.

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A equipe de meninas do Inter foi criada em 2013, quando o ex-jogador Zezé, campeão estadual pelo clube em 1965, assumiu a presidência. A ideia era criar um maior envolvimento do clube com a cidade, além do futebol profissional. Criou-se, então, o departamento de futebol feminino. Por uma questão estrutural, começou-se com o futsal feminino, pois já havia uma cena da modalidade na cidade.

O primeiro time foi montado apenas com atletas de Lages, e disputou competições de futsal, futebol sete e fez preliminares dos jogos do Inter profissional no Campeonato Catarinense da divisão de acesso. As principais conquistas do ano foram o título de campeão microrregional e de vice-campeão regional dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc).

A aceitação do time fez com que o projeto crescesse em 2014. A Uniplac tornou-se patrocinadora, oferecendo bolsa de estudos para as jogadoras. Isso fez com que atletas lageanas que haviam ido embora em busca de mais estrutura pudessem voltar para casa e cursar a faculdade às custas do futsal. Foi o caso de Fernanda Fernandes, que estava no Barateiro (Brusque) e de Maynara Manfrói, que estava no Vasto Verde (Blumenau). Além disso, o time investiu nas gêmeas Gisa Costa e Gi Dunguinha, de apenas 14 anos, de Bom Retiro. O time ganhou diversos torneios regionais, sendo o principal deles a fase regional dos Jasc. Neste ano, o time disputou pela primeira vez a Liga Nacional de Futsal Feminino, em Telêmaco Borba.

Em 2015, o time já era suficientemente conhecido no meio para atrair atletas de diversos lugares do país. Foi quando o projeto decidiu aliar o esporte de rendimento com ações sociais, criando as escolinhas. Assim, foram contratadas atletas com formação e perfil para, além de jogar, serem monitoras nas escolinhas. É o caso de Greice, jogadora gaúcha de Não-Me-Toque, campeã mundial universitária pela Seleção Brasileira em 2010. A comissão técnica também foi reforçada: além do treinador André Bizzi, que está no projeto desde o começo, foi contratada a treinadora Rafaela Nicolete para coordenar as divisões de base, e acertada a consultoria de Éder Popiolski, treinador que formou o time multicampeão da Female, de Chapecó, e campeão mundial de futsal feminino com a seleção brasileira em 2014.

Agora, o time que em outubro foi campeão regional dos Jasc regional em Rio do Sul, com cinco vitórias em cinco jogos, se prepara para a fase estadual que será em Joaçaba, em dezembro. Além dos resultados em quadra, o time comemora outra conquista significativa: duas jogadoras foram convocadas este ano para a seleção brasileira sub 17 (futebol de campo): Majhu e Kawane Pelé.

Desde o começo, as atletas eram chamadas de Leoas, alusão ao mascote do Inter. Em 2015, foi criada a Associação Leoas da Serra, que gerencia a parte social. São escolinhas espalhadas pela cidade, todas gratuitas, para meninas com idade entre seis e 14 anos. A única exigência para participar é o comprovante de matrícula escolar.

Além das bolsas de estudo, fornecidas pelo Colégio Santa Rosa e pela Uniplac, Outros patrocinadores arcam com aluguel do alojamento, alimentação e material esportivo. As atletas têm assistência médica e odontológica fornecida por profissionais voluntários.