A rede municipal de ensino de Florianópolis teve um primeiro semestre mais agitado do que a maioria das cidades catarinenses. A Secretaria Municipal de Educação, devido à quantidade de mortes por Covid-19, optou por começar o ano letivo no mês de fevereiro apenas com aulas remotas. O retorno ao ensino presencial, de forma híbrida, foi adiado duas vezes. A primeira por conta da pandemia, a segunda por causa da greve dos servidores da educação, que exigiam segurança sanitária para a volta às aulas presenciais na Capital. Agora, o segundo semestre inicia nesta segunda-feira (2), com sistema remoto e híbrido.

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Oficialmente, o ensino híbrido começou dia 9 de abril em Florianópolis, mas apenas para aquelas turmas em que os professores não estavam em greve. Depois de 67 dias de paralisação, os servidores da Educação conseguiram uma data para serem vacinados contra o coronavírus e votaram pelo fim da greve no dia 29 de maio. Dessa forma, dois dias depois, todas as turmas da Capital aderiram ao sistema híbrido de ensino. Assim como preconiza o governo do Estado, os pais puderam optar pelo ensino remoto ou híbrido e as escolas precisaram seguir o distanciamento de 1,5 m, limitando o número de crianças em sala de aula. 

Depois de um primeiro semestre diferente, algumas turmas tiveram recesso escolar em julho, enquanto outras continuaram em aula para repor o tempo perdido durante a paralisação dos servidores. O começo do segundo semestre em Florianópolis ocorre na terça-feira, dia 3 de agosto, e esperava-se um movimento de saída do ensino remoto para o híbrido, com a redução dos casos de Covid-19 e a desaceleração das mortes da doença. Mas isso não deve acontecer de forma generalizada. 

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Dos quase 15 mil alunos da Educação Infantil da rede municipal, mais de 50% seguirão estudando em casa. Já no Ensino Fundamental, em que há cerca de 19 mil alunos, por volta de 30% vão permanecer no ensino remoto. 

Dos quase 15 mil alunos da Educação Infantil da rede municipal de Florianópolis, mais de 50% seguirão estudando em casa
Dos quase 15 mil alunos da Educação Infantil da rede municipal de Florianópolis, mais de 50% seguirão estudando em casa (Foto: PMF, Divulgação)

No Núcleo de Educação Infantil Sérgio Grando, por exemplo, das 32 crianças matriculadas, metade está em aulas remotas. Até o momento, apenas dois estudantes que estavam em casa, sinalizaram o retorno ao presencial no segundo semestre. A creche não precisou adotar o ensino híbrido, já que é possível seguir o distanciamento com todas as crianças que estão matriculadas e frequentando as aulas presenciais. No primeiro semestre, apenas um professor teve Covid-19 e a turma dele foi afastada. Outros casos de contato também foram registrados, mas o vírus não se espalhou pela escola ou pelos alunos. 

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A preocupação nas aulas da educação infantil é maior por uma peculiaridade: os pequenos não precisam usar máscara obrigatoriamente. Além disso, na prática, é muito difícil seguir o distanciamento de 1,5m no mesmo grupo. 

— A educação infantil atende muito com a afetividade. As crianças precisam do colo, do afeto e do toque. Mas reduzimos o número de alunos em uma sala, seguindo as regras de distanciamento. Além disso, não desenvolvemos atividades de coletivo e as turmas não têm contato — explica a diretora da unidade, Ana Lúcia de Souza Silveira. 

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Na escola municipal Maria Tomázia Coelho, que atende alunos do ensino fundamental, não é possível adotar o sistema totalmente presencial devido à quantidade de alunos. Cerca de 650 crianças e adolescentes estão matriculadas na unidade e podem optar pelo ensino híbrido ou remoto. No primeiro semestre, a escola se organizou em duas turmas, escalonadas entre as semanas no ensino presencial. Para o segundo semestre, o plano de ação mudou. 

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Os ciclos serão divididos em três semanas: na primeira, a turma A vai à aula presencial; na segunda, a turma B; e na terceira, todos ficam em aulas remotas. A estratégia mudou para que os professores possam dar mais atenção à grande quantidade de alunos que estão em casa. 

— Enquanto não mudar os regramentos, a família tem a opção de ficar em remoto ou híbrido. Tem aquelas famílias que estão dando conta do recado e que dizem que só vão trazer o filho no ano que vem. Quase metade da escola ainda permanece 100% remota. Tentamos várias alternativas para que houvesse uma interação entre os alunos presenciais e remotos, mas é difícil. Por isso, mudamos o plano de ação. Sempre tem aqueles que saem do remoto e vão para o híbrido, mas tem o caminho contrário também — conta a diretora Mariana Vieira.

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