Poucas pessoas podem dizer que foram ídolos como jogador e técnico em um clube brasileiro. Menos ainda são aqueles que chegaram à elite do futebol nacional dentro e fora dos gramados. Márcio Goiano, 44 anos, tem lugar no coração e na memória da torcida alvinegra pela duas vezes que colocou o Furacão na Série A.

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Como jogador, liderou dentro de campo o time do acesso em 2001, numa das campanhas mais históricas do clube. Com a faixa de capitão no braço, ganhou moral pelas atuações na zaga e pelo pulso firme dentro e fora do gramado.

Os traços de comandante se destacaram quando virou técnico e assumiu o Figueirense em 2010. Primeiro, interinamente, após a demissão de Renê Weber, mas logo efetivado. Apesar de ter perdido a final do Catarinense para o Avaí naquele ano, Goiano seguiu no comando e conquistou o vice-campeonato da Série B e o acesso à Primeira Divisão.

Morando em Goiânia, sua terra natal, Márcio ainda acompanha os passos do Figueira e lembra com nostalgia dos seus tempos no clube, principalmente das comemorações nos dois acessos.

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Márcio Goiano, ex-capitão e técnico do acesso

Diário Catarinense – Mesmo longe, segue acompanhando o Figueirense?

Márcio Goiano – Claro, eu tenho um carinho muito grande pelo Figueirense. Mesmo distante, sempre fica uma ligação. É um clube que respeito muito, é determinado, bem organizado. Merece estar onde chegou.

DC – O que você destaca nesta arrancada na reta final da Série B?

Márcio – Sabemos do peso que tem um clássico, e a vitória do Figueirense no último jogo contra o Avaí provou isso. Mas este momento é fruto de um ótimo trabalho de todos.

DC – Você esteve em dois acessos do Figueirense, como capitão e técnico. Como é essa sensação de subir para a Série A?

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Márcio – É quase como de dever cumprido. O clube que disputa a Série B se planeja sempre em subir, e quando a conquista vem é um sentimento de realização, de satisfação.

DC – Tem boas memórias dos tempos de Figueira?

Márcio – Só tenho lembranças positivas, tanto dos tempos de jogador como de técnico. Lembro do carinho da torcida, até hoje sou reconhecido nas ruas. Tem uma imagem que eu não esqueço, sempre aparece na minha mente quando fecho os olhos, que é o retorno a Florianópolis depois do acesso, em 2001 e 2010. Foi uma emoção muito grande.

DC – Mas você teve momentos complicados também, em 2012…

Márcio – Claro, mas eu conservo aqueles que são bons. Sabemos que o torcedor do Figueirense é exigente, cobra muito porque esteve muitos anos na Série A e se acostumou com grandes jogos. Eles estão no direito de cobrar, mas também apoiam, é uma torcida que sempre comparece.

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DC – O que falaria para os jogadores neste momento decisivo?

Márcio – O Figueirense ficou muito tempo desacreditado no campeonato, e foi a partir do clássico que a equipe cresceu. Então acho que o que os jogadores têm que fazer é passar esse filme na cabeça, de que o time não era cotado para subir e agora é quem tem mais chances. Quem subir com este time vai fazer história.