Quando as coisas vão mal é muito mais fácil desistir e partir para outra. Mas “desistir” não faz parte do vocabulário do empreendedor Bruno Henrique Trindade – nem mesmo quando tudo o que resta é um cartão de crédito e o sonho de ter o próprio negócio.
Continua depois da publicidade
Trabalhando com tecnologia e desenvolvimento desde 2001 e sempre antenado às tendências do mercado de internet e software, Bruno já enxergava desde aquela época, as oportunidades que serviriam para o seu futuro como empreendedor.
— Durante este período eu trabalhava em empresas que possuíam departamentos de tecnologia e desenvolvimento de sistema para ganhar mais experiência — lembra ele.
Aos poucos ele foi medindo se a sua intuição estava alinhada às necessidades das pessoas e, conforme ia recebendo feedbacks positivos, investia mais em seu próprio aprendizado e no serviço que prestava.
— Comecei com o que tinha, fiz cursos pela internet e, de alguma forma, já tentava oferecer o serviço para os clientes — explica.
Continua depois da publicidade
Com esse cenário, Bruno decidiu se inscrever para o Empretec, programa do Sebrae/SC voltado para empresários que querem acelerar o negócio.
— Quando me inscrevi para o Empretec, a empresa para qual eu trabalhava já não pagava os salários corretamente havia mais de 1 ano — relembra.
Sem dinheiro, ele usou o que restou do seu limite no cartão de crédito para se inscrever e poder se deslocar de Itajaí para Florianópolis, onde ficou uma semana para assistir ao treinamento.
— Eu e minha esposa fizemos o curso na mesma turma. Foi estratégico e fundamental para que todas as mudanças futuras pudessem ocorrer. Não tínhamos dinheiro nem para comer direito, nos hospedamos no Airbnb e nos locomovíamos de carona. Tivemos que nos unir e dar um jeito de sobreviver àquela semana, que foi crucial para o nosso crescimento — conta.
Continua depois da publicidade
Do negativo aos R$ 120 mil
Por fim a falência da empresa onde Bruno trabalhava serviu como alavanca para ele investir de verdade no próprio negócio.
— Já estava me sentindo mais seguro com os trabalhos desenvolvidos e decidi que era o momento certo para focar 100% no meu projeto — relata.
O projeto Lohl dava, então, os primeiros passos. O objetivo da empresa era oferecer uma solução única de marketing digital para divulgar e promover produtos e serviços na internet.
Mas as coisas não estavam nada fáceis. Acumulando dívidas e com dificuldades para manter a empresa no primeiro ano, a última aposta de Bruno foi aplicar o que aprendeu durante o Empretec e mudar sua forma de pensar.
Continua depois da publicidade
— No ano seguinte, logo nos três primeiros meses, eu já havia faturado R$ 25 mil. Eu conseguia prever o meu faturamento para o ano todo.
Deu certo. Em 2019 ele já tem motivos de sobra para comemorar. De projeto, o Lohl virou uma startup com serviços de receitas recorrentes.
— Os clientes estão muito mais satisfeitos e publicam comentários positivos na internet — conta orgulhoso.
Ele acredita que o Empretec tenha sido um divisor de águas em sua empresa.
— Sem este treinamento eu não saberia nem como começar a sair do fluxo de declínio no qual minha empresa estava entrando — disse.
Continua depois da publicidade
Em 2020 a previsão de crescimento é muito positiva: com os novos produtos a empresa pretende alcançar o faturamento líquido de R$ 120 mil.
Coragem e maturidade para crescer
Lição aprendida: mais vale ser um empreendedor realista do que viver de utopias, conclui Bruno.
— Após o Empretec assumi uma postura mais madura e comecei a viver e trabalhar muito mais nas ações que geram resultado para meu negócio. Passei a me preocupar menos com a opinião dos outros e a agir conforme eu podia e sabia.
Hoje, ele entende que o sucesso de um negócio está mais relacionado ao comportamento de quem o lidera do que aos recursos em si. E este comportamento empreendedor funciona como guia para enfrentar os próximos desafios.
Continua depois da publicidade
O mercado de tecnologia é um dos mais competitivos na atualidade e ainda muito recente para a maioria dos brasileiros, segundo o empreendedor.
— A falta de informação e o pouco incentivo do governo atrapalham bastante na hora de levar uma solução que envolva tecnologia às empresas mais tradicionais — aponta.
Mas ele segue confiante de que sua força de vontade aliada à internet são suficientes para fortalecer seu sucesso. Para ele, a internet ainda é a melhor forma de obter informação e, principalmente, de prestar um serviço de forma mais competitiva.
— Desta forma, eu diminuo vários custos como aluguel de sala comercial, combustível ou transporte, alimentação, horas perdidas em deslocamento e no trânsito — completa.
Continua depois da publicidade
E se bater a incerteza no caminho, Bruno não tem dúvidas de que a resiliência o manterá em pé.
— O exercício da fé, confiança para buscar soluções são a chave, e claro, persistência para continuar mesmo quando tudo já não faz mais sentido — concluiu.