Em 2007, o Maracanãzinho, lotado, era o cenário perfeito para uma vitória brasileira. O Brasil entrou em quadra para enfrentar Cuba pela final do vôlei feminino nos jogos Pan-Americanos daquele ano. Depois de duas horas de um jogo tenso, a oposto cubana Daíme Ramirez defendeu um ataque de Sheilla, possibilitando o contra-ataque das caribenhas em que a ponta Santos colocou a bola no chão. Cuba ganhou e sagrou-se campeã pan-americana.
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As cubanas Daíme Ramirez e Yusleyni Herrera participaram daquela partida, e estarão em quadra nesta segunda, 14, pela terceira rodada do returno da Superliga Feminina 10/11. O Banana/Boat Praia Clube (MG), de Ramirez, enfrentará a Usiminas/Minas (MG), de Herrera, às 18h30, na Arena Vivo, em Belo Horizonte (MG).
As duas jogadoras curtem a temporada em Minas depois de um período difícil em suas vidas profissionais. Por legislação do governo Cubano, os atletas que querem sair do país de forma legal precisam ficar dois anos afastados das quadras, além de não poderem mais disputar partidas pela seleção de Cuba.
– Foi muito difícil ficar dois anos sem jogar vôlei. Eu tinha medo de engordar e não voltar a jogar no mesmo nível. Fiz bastante academia para ficar em forma – relembra Herrera.
Assim como ela, Daími não guarda boas recordações do período de inatividade. Também ia à academia para manter-se em forma, além de correr todos os dias.
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– Eu me senti discriminada, foi um momento muito difícil na minha vida. Essa temporada em Uberlândia é um recomeço – desabafa Ramirez.
E o recomeço de ambas tem sido de sucesso. As duas atletas são destaques em suas equipes no campeonato. Ramirez é a terceira maior pontuadora, com 229 pontos e é a sexta atacante mais eficiente. Herrera é quarta pontuadora, com 223 pontos e a segunda atancante no ranking das mais eficientes. A expectiva para segunda é de um grande jogo.
– Essa partida é muito importante para o nosso grupo. Viemos de uma derrota difícil para o BMG/Mackenzie e precisamos da vitória. Yusleyni é uma grande amiga e nos ajudamos muito fora de quadra, mas somos profissioanis e queremos a vitória – garante Ramirez.
Sobre o clássico mineiro, Herrera tem uma opinião semelhante à da amiga.
– Eu e Daími somos boas amigas e conhecemos o jogo uma da outra. Mas dentro de quadra queremos a vitória.
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As duas atletas vivem sozinhas no Brasil e tem em comum a saudade da família. Herrera não titubeia para responder sobre seu sonho para o futuro.
– Meu grande sonho é ter minha família por perto.
A partida entre o Usiminas/Minas e o Banana Boat/Praia Clube será decisiva para a classificação das duas equipes na competição. A Usiminas/Minas ocupa o sexto lugar com 22 pontos e o Banana Boat/Praia Clube está na nona colocação com 17 pontos. No primeiro turno a Usiminas/Minas venceu o Banana Boat/Praia Clube por 3 sets a 1.